Bebiana Rocha
A terceira edição da iniciativa ‘Acelerador de Sustentabilidade’, promovida pelo banco BPI e pelo Expresso, decorreu esta sexta-feira no Solar de Vila Meã, em Barcelos. Mário Jorge Machado, presidente da ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, participou do evento que visava reunir a indústria têxtil para discutir os desafios da estratégia europeia para os produtos têxteis sustentáveis e circulares e as oportunidades da fileira.
A grande mensagem que procurou passar foi de que as empresas e as associações têm de estar junto do poder político “para ajudar a construir uma legislação que ajude a promover a competitividade das economias europeias”, sob pena se isso não acontecer de serem adotadas medidas que prejudicam a competitividade.
“A importância da ATP e da Euratex é precisamente essa, de fazer lobby junto do poder político para que seja criada uma legislação que proteja a economia e os consumidores”, conclui, realçando que é muito perigoso se não se conseguir ter esse papel.
O encontro contou também com contributos de Hermano Rodrigues, principal da EY-Parthenon, no que toca às exigências e tendências do sector. “Existem diversos desafios associados ao desenvolvimento de um sector da moda mais sustentável, nomeadamente os custos elevados e a forte concorrência da fast fashion” destacou na sua apresentação, acompanhada por vários gráficos.
Entre as tendências na cadeia de valor do sector da moda, Hermano Rodrigues apontou o ecodesign, o nearshoring, greenwashing e a circularidade. Fez-se ainda acompanhar de casos de estudo para sustentar as informações apresentadas: Valérius 360, Recutex, To Be Green e TMG Textiles foram os exemplos nacionais citados como promotores de inovação.
Por fim, foram apresentadas soluções bancárias para apoiar a transição sustentável das empresas e outras oportunidades de financiamento. De grosso modo foram apresentadas linhas de apoio europeias e nacionais num valor superior a 560 milhões de euros, divididas por projetos abertos e a abrir.
Portugal 2030, Programa InvestEU e BPI ESG Empresas são três dos financiamentos disponíveis. Além de mencionar que o Grupo Becri foi usado como caso de sucesso por Ana Rosas Oliveira, administradora do BPI. O Banco passou um vídeo sobre a empresa com quem tem trabalhado para potenciar projetos circulares. Dezenas de empresas estiveram a assistir ao evento, não fosse Barcelos uma zona de forte concentração têxtil.