Bebiana Rocha
A internacionalização é parte integrante da estratégia de crescimento das empresas Bloomati by Carvema, Magma Têxtil e Troficolor Denim Makers, que terminam hoje a sua participação na feira de tecidos Texpremium, em Londres. O trio participou em mais uma edição com vista a aumentar e reforçar a sua presença no mercado britânico, junto das marcas do segmento premium.
“Procuramos aumentar o nosso leque de oferta de gangas sustentáveis, proporcionando ao cliente diferentes opções de cor dentro do espírito que é a sustentabilidade – reciclados e orgânicos”, resume Ana Magalhães ao T Jornal, em representação da empresa de denim trofense.
A Bloomati está este ano focada em trabalhar com novas estruturas, também com uma vertente sustentável. “Estamos a desenvolver várias malhas com poliéster e poliamida reciclada. Estamos também a desenvolver artigos em Tencel, Modal, Bamboo. A recetividade da parte dos contactos tem sido boa, notamos que solicitam sempre certificações para confirmar se somos capazes de ser um possível fornecedor do mercado inglês”, partilha Rui Moreira.
O alto valor acrescentado é transversal ao trio. A Magma Têxtil levou igualmente malhas diferenciadoras: “Apostámos em artigos de liocel, que mantêm o cair fluído característico desta fibra, agora com um toque mais quente e acolhedor – ideal para propostas que aliam sustentabilidade ao luxo sensorial.” Tal como avançou ontem Joana Guimarães, a empresa tem investido em fios eco-friendly como bamboo com algodão reciclado, seacell com algodão orgânico, cânhamo e lã reciclada.
Na Troficolor, o discurso da sustentabilidade já faz parte do dia a dia: “O cliente já sabe que somos sinónimo de tecidos sustentáveis. As marcas estão sensibilizadas e fazem a sua procura neste enquadramento. O consumidor final é que precisa de ser chocado e alterar comportamentos”, refere.
Também Rui Moreira, da Bloomati, reconhece um cliente mais consciente e exigente: “Perguntam qual é a origem dos fios, qual é a origem dos fornecedores da malha em cru… Como a Carvema é uma tinturaria e tem acabamento de malha, controlamos uma grande parte do processo”.
No final do dia, a vontade é única: encontrar um mercado que pague o valor acrescentado das peças. “As empresas precisam de manter uma estrutura”, recorda o responsável, acrescentando que tem desenvolvido contactos interessantes com a Irlanda.
Em conversa, as empresas abordam ainda o esforço que é estarem presentes nas principais feiras, a necessidade de apoios estatais e de programas que reforcem a presença da ITV a nível internacional. Assinalam também a instabilidade atual, seja ao nível das tarifas nos EUA, seja nos possíveis efeitos colaterais dos conflitos em curso, agora com novo foco no Irão.
A participação das empresas enquadra-se no projeto de internacionalização Sustainable Textile & Apparel From PORTUGAL, coordenado pela ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal. A expor no Business Design Centre, em Londres, estão também as empresas portuguesas Burel Factory, Fitecom, Paulo de Oliveira, Riopele e TMG Textiles.