18 setembro 19
Fiação

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Belém Machado investe 3,5 milhões a relançar a Tearfil

Belém Machado, a nova accionista da Tearfil, está a preparar um investimento de 3,5 milhões de euros no relançamento desta fiação, que adquiriu em julho ao fundo que controla o grupo MoreTextile.

A primeira fase do investimento está orçada em 1,5 milhões de euros, contemplando a aquisição de equipamento de bobinagem e de maquinaria que permitirá à empresa começar a produzir compact siru, um fio que que não tem pelos.

A instalação de painéis fotovoltaicos, para reduzir a fatura energética da empresa, além da compra de novas máquinas, integrarão a segunda fase do investimento previsto.

“A nossa estratégia para a Tearfil consiste em focar a empresa nas grandes quantidades e no fabrico de fios técnicos”, explica Belém Machado, uma médica que em 2001, ao fim de 23 anos de prática, trocou a bata pelo comando da Fifitex, a fiação do pai, no entretanto rebatizada SMBM (iniciais de Sérgio Machado, o pai, e Belém Machado, a filha), ficando a antiga razão social como marca para os seus fios.

“Acreditava que podia fazer alguma coisa que dignificasse o meu pai” – é com esta frase singela que Belém Machado explica a decisão, tomada de repente, durante um fim de semana, de mudar radicalmente de vida, de médica para empresária industrial de fios.

Com 200 trabalhadores e ocupando instalações industriais com uma área coberta de 30 mil metros quadrados, a Tearfil fechou 2018 com um volume de negócios de 12 milhões de euros e é um gigante comparada com a SMBM, sua vizinha em Moreira de Cónegos, que emprega 76 pessoas e facturou 2,7 milhões de euros no ano passado.

Este ano, Belém Machado tem-se ocupado a sossegar os trabalhadores, clientes e fornecedores da Tearfil. Neste momento  está em Paris, na Première Vision (à direita, na foto de cima, e ao centro, na de baixo), a explicar aos agentes a sua estratégia – que passa pela especialização da SMBM em fios de moda e pequenas quantidades.  Aos trabalhadores, a primeira coisa que garantiu foi que nunca faltaria dinheiro para comprar matéria prima, energia e pagar ao pessoal.

Mas para o ano, Belém espera fazer crescer em 20% as vendas da Tearfil. “Em agosto estivemos fechados, mas os comerciais garantem que nunca viram tantas encomendas a chegarem como neste mês de setembro”, diz a empresária, fundamentando o otimismo da sua previsão para 2020.  

Há seis anos que Belém Machado andava a tentar comprar a Tearfil, cuja fábrica fica paredes meias com a SMBM. “Foi um namoro difícil e um noivado longo”, reconhece a médica/empresária, a propósito de um negócio cujos termos ficaram fechados em setembro do ano passado, mas os últimos pontos nos is apenas foram colocados a 26 julho, a  data da assinatura do contrato de compra e venda. 

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