Bebiana Rocha
Imagem: Egídio Santos
“Uma equipa motivada a fazer acontecer.” Foi esta a mensagem-chave que Luís Guimarães, Chief Commercial Officer do Banco Português de Fomento (BPF), procurou transmitir durante a sua participação no painel sobre políticas públicas, no 27.º Fórum da Indústria Têxtil, que teve lugar na passada sexta-feira, no CITEVE.
A proximidade e o compromisso com a dinamização da economia marcaram todo o seu discurso, fortemente centrado na missão de desbloquear o investimento e apoiar a banca comercial, assegurando às empresas os instrumentos necessários para concretizar os seus projetos. Luís Guimarães revelou que estão disponíveis 20 milhões de euros em garantias, com verbas dirigidas a setores estratégicos e áreas prioritárias, como a inovação e a sustentabilidade.
Nos últimos três meses, o BPF colocou na economia mil milhões de euros através dos seus produtos financeiros, o que demonstra, segundo o responsável, um esforço claro para responder às necessidades do tecido empresarial. Reconheceu que há falhas de mercado no acesso ao crédito e sublinhou que o banco está disponível para atuar precisamente nessas zonas de risco e de maior carência de financiamento.
Considerando o setor têxtil e do vestuário como estratégico para Portugal, pelo seu peso nas exportações e no emprego, Luís Guimarães reforçou que faz todo o sentido que este esteja no centro das prioridades do Banco de Fomento. Lembrou que o BPF será “o braço de implementação dos Fundos Europeus”, e garantiu que está empenhado em construir uma instituição dinâmica e próxima, que “dá a cara” e que quer marcar pela diferença em relação a administrações anteriores.
Entre os anúncios feitos durante a sessão, destacou-se a novidade de que o banco passará em breve a operar também no crédito à exportação e que os prazos de pré-aprovação de garantias foram significativamente reduzidos, passando de 49 dias para apenas 7 a 10 dias — uma melhoria que considerou estruturante para reforçar a confiança dos empresários. Adicionalmente, revelou que será lançado ainda este mês um novo apoio ao Portugal 2030, com um envelope financeiro de 6,5 mil milhões de euros adicionais.
Com uma carreira internacional de 20 anos, Luís Guimarães regressa agora a Portugal para assumir funções no BPF, trazendo consigo uma visão estratégica global. No seu discurso, alertou para a necessidade de adaptação à realidade asiática e à concorrência que esta representa, sublinhando que “a concorrência asiática está para ficar” e que é fundamental pensar em formas de mitigação que passem por criar valor além do preço.
Enalteceu ainda os trunfos do setor têxtil nacional: a tradição, o know-how, a resiliência, e o potencial da região Norte, que vê como um território com escala e vontade. Incentivou à valorização de ativos como a descarbonização e a sustentabilidade, defendendo que são oportunidades para desenvolver produtos inovadores, criar marcas com valor acrescentado e capacitar a força de trabalho. Defendeu, por fim, a criação de uma identidade global e verde para posicionar Portugal de forma diferenciada no panorama internacional.