Bebiana Rocha
O Projeto Gama da Altri recebeu na passada sexta-feira a confirmação positiva quanto ao impacto ambiental por parte das autoridades galegas. Segue-se agora a obtenção da autorização ambiental integrada para atestar que o mesmo não traz riscos para a saúde pública, paisagem natural, património cultural, ou para o domínio público marítimo-terrestre, que deverá sair em junho.
Em causa está a construção da primeira fábrica do mundo que integra os dois principais processos de produção de liocel num único complexo industrial – a transformação da madeira de eucalipto em fibras solúveis e a sua conversão direta em liocel. O investimento é superior a mil milhões de euros, uma parte financiada, pelo que é necessária esta autorização ambiental integrada para desbloquear os fundos públicos.
O objetivo com o Projeto Gama é reforçar a independência europeia das importações de fibras. As instalações ficarão em Palas de Rei, próximas ao centro de operações da Inditex, uma localização estratégica. Estas instalações terão uma capacidade máxima de produção de 400 mil toneladas de fibras solúveis ano, das quais 200 mil serão utilizadas para fibras têxteis sustentáveis.
Estima-se que o impacto médio anual para o PIB Galego seja de 342 milhões de euros ao longo de 22 anos. Serão também criados 3.608 postos de trabalho, no entanto a comunidade local tem-se mostrado contra o avanço da operação. A plataforma Ulloa Viva já convocou manifestações para contestar a aprovação das autoridades galegas.
Em comunicado, a empresa diz ter respondido a todos relatórios setoriais “de forma detalhada e escrupulosa”. Se a autorização ambiental integrada vier positiva a última etapa para ter a luz verde é dada pelo Governo central ao permitir a ligação da central à rede elétrica. As construções estão previstas terminar em 2027 e a fase de operações iniciar em 2028.