15 outubro 21
Indústria

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ATP queixa-se ao Governo do aumento brutal da energia

Em três meses, o preço do gás multiplicou-se por cinco e a fatura da eletricidade aumentou para o dobro. Alarmada com a situação – “que coloca em causa a viabilidade das empresas” – a Associação Têxtil e do Vestuário de Portugal (ATP) vai enviar uma carta ao Ministro da Economia reclamando medidas, nomeadamente por via fiscal e da componente de impostos implicados em cada commodity.
Mário Jorge Machado, presidente da ATP, disse ao Jornal T que “vamos enviar uma carta ao ministério” liderado por Pedro Siza Vieira – ministro que o setor considera particularmente sensível aos argumentos das indústrias – onde expõe que “estes aumentos dos custos da energia colocam em causa a viabilidade das empresas”.

Até porque as alternativas são ambas muito penalizadoras: “as empresas ou incorporam os custos acrescidos no seu balanço, o que as irá fragilizar, ou repercutem esse aumento no preço dos produtos, o que retirará competitividade ao sector”. Neste contexto, a única saída é que o Governo mexa naquilo em que pode mexer, “e como não é o executivo a fixar preços, resta proceder a alterações fiscais ou dos impostos associados”, refere Mário Jorge Machado.

O impacto do aumento dos custos energéticos é geral, mas desequilibrado. Assim, os combustíveis sofreram um aumento da ordem dos 50% (impactando principalmente nos transportes), o gás aumentou cinco vezes (incidindo mais drasticamente a montante da cadeia de valor dos têxteis) e a eletricidade está a custar 200 euros por MW/hora – que compara com os 50 euros dos países escandinavos ou com os 70 euros praticados na Alemanha.

Neste momento, os sub-sectores mais afetados pelo aumento do custo das energias são a fiação, a tinturaria e os acabamentos – mas, como enfatiza Mário Jorge Machado, funcionando o sector em sistema de cadeia de valor, não há forma de estes custos serem diluídos entre as diversas componentes da cadeia nem de impedir que eles influenciem de forma “muito negativa a competitividade do sector”.

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