22 novembro 21
Indústria

Bebiana Rocha

ATP preocupada com escassez de trabalhadores

A falta de mão-de-obra ameaça dificultar a retoma do sector têxtil e vestuário nacional no pós pandemia, o que pode não ter a ver diretamente com os níveis salariais oferecidos pelas empresas, mas com uma imagem de falta de modernidade e de inovação que já não corresponde à realidade, disse em entrevista o presidente da ATP, Mário Jorge Machado.

O presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal dá conta, em declarações à agência Lusa, que a escassez de trabalhadores se verifica “sobretudo em determinadas profissões mais orientadas para a parte produtiva, como costureiras ou operadores de algumas máquinas, ou no apoio à produção como afinadores ou técnicos de manutenção”. Uma vez que são profissões que exigem formação profissional e “só ao final de vários anos e muita formação e investimento é que se consegue ter profissionais competentes”, acrescenta o dirigente associativo.

No imediato, as empresas têm suprido as suas necessidades recorrendo à contratação de mão-de-obra estrangeiro, esclarece Mário Jorge Machado, que vêm “com vontade de trabalhar e de fazer a formação necessária”.

A solução para este problema passa pela formação profissional, que deve “continuar a ser valorizada e promovida”, e pela valorização da indústria de maneira a atrair jovens e rejuvenescer o sector. “Importa dar a conhecer junto da sociedade, dos consumidores e das famílias, a inovação I&D, tecnologia e criatividade que está presente todos os dias nas nossas empresas”, conclui. O presidente da ATP destacou ainda os sucessivos prémios arrecadados pelas têxteis portuguesas e a responsabilidade social e ambiental.

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