10 setembro 21
Empresas

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ATP contra retirada prematura dos apoios às empresas

O presidente da ATP advertiu que “ainda há empresas a precisar de apoios”, até porque alguns subsetores continuam com quebras na ordem dos 20% e há a necessidade de acomodar o fim das moratórias ao serviço das dívidas das empresas. Mário Jorge Machado comentava uma intervenção do primeiro-ministro António Costa, segundo a qual “depois um momento em que a intensidade dos apoios às empresas foi muito grande, progressivamente têm vindo a deixar de ser necessários”.

A opinião de Costa, explanada numa entrevista à TVI, mereceu assim reservas da parte de Mário Jorge Machado, que em declarações ao jornal Eco, enquanto “porta-voz da Indústria Têxtil e do Vestuário”, recordou que um número substancial de empresas continua a ter de contar com apoios estatais. Nos últimos meses, e tal com o T Jornal tem divulgado, a ATP tem insistido com o Ministério da Economia na necessidade de os apoios à retoma e manutenção de postos de trabalho continuarem a ser necessários. O mesmo sucede com a necessidade de um período de transição para acomodar o fim das moratórias aos serviços das dívidas das empresas.

Ao Eco, o presidente da ATP recordou que as estatísticas do comércio internacional do INE mostram que, se há subsectores a retomar a veia exportadora (como o vestuário formal, entre outros), há outros que continuam a registar quebras na ordem dos 20%.

Mário Jorge Machado junta-se a outras vozes de empresários que discordam da pressa com que o primeiro-ministro aparenta querer acabar com os apoios às empresas. Luís Miguel Ribeiro, presidente da AEP, igualmente citado pelo Eco, afirma estar consciente de que “os apoios irão diminuir à medida que a situação se vai regularizando, até ao dia em que vão deixar de existir”. Mas acrescenta que “a questão é que ainda não estamos nessa fase”. “Há setores que ainda vão precisar de apoio durante mais tempo. Não se pode fazer uma leitura transversal a todos os setores de atividade porque os impactos e a recuperação são diferentes”.

Ambos convergem na análise de que se os apoios forem retirados prematuramente, pode ficar em causa o esforço que o próprio Governo fez para apoiar as empresas – nomeadamente ao nível da capitalização e da manutenção dos postos de trabalho – mas também o esforço que foi feito pelos empresários.

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