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Com uma situação cada vez mais aflitiva devido à escalada nos custos do gás, as empresas estão a perder rapidamente competitividade. Por causa do preço, muitas encomendas estão a sair de Portugal, há empresas a parar, o que leva a ATP a reforçar os apelos ao apoio do Governo. O que tem sido feito, “ é pouco para a dimensão do problema”.
“É uma situação muito urgente”, clama o presidente da associação que representa toda a fileira têxtil, que compara o que está acontecer com uma catástrofe. “Quanto o corpo tem uma hemorragia, se não for travada o organismo entra em colapso, e os preços do gás estão a provocar uma hemorragia na tesouraria das empresas”, alerta Mário Jorge Machado.
Citado pelo jornal Público a propósito dos resultados da primeira fase do programa Apoiar, o empresário e líder associativo explica que o que o Governo tem feito “é pouco para a dimensão do problema”. Já em finais de abril os dirigentes da ATP tinham levado ao Governo quadros com exemplos reais demonstrativos da eminência de colapso caso os apoios previstos não sejam revistos em alta e não chegassem rapidamente.
Mário Jorge Machado reconhece que “o Governo tem mostrado abertura”, mas frisa que para as empresas a situação é cada vez mais aflitiva” face aos apoios previstos, que são claramente insuficientes e desajustados face à realidade do sector. E deixa o exemplo de Itália, onde as empresas “recebem 25% do valor da fatura”, o que na prática acaba por corresponder a metade do diferencial face aos preços do ano passado.
“Há muitas encomendas que já saíram de Portugal por causa dos preços”, desviadas para países como Vietname ou, mais próximo, a Turquia, onde o gás custa um quarto do preço no mercado de referência europeu.