15 setembro 25
Exportações

Bebiana Rocha

AICEP alerta para riscos globais e destaca oportunidades para o têxtil

A AICEP acaba de divulgar um novo estudo sobre os riscos e oportunidades do comércio internacional, intitulado “A economia portuguesa em contexto de incerteza mundial – análises das dinâmicas comerciais”. O documento pretende servir de ferramenta de trabalho para as empresas exportadoras, ajudando-as a avaliar o impacto das tensões geopolíticas, das tarifas alfandegárias e da instabilidade dos fluxos comerciais globais na economia nacional.

No caso do setor têxtil e do vestuário, os dados são particularmente relevantes: os consumidores americanos estão a enfrentar aumentos expressivos nos preços – 37% no vestuário e 21% nos têxteis a curto prazo – que, mesmo com estabilização, deverão manter-se 18% e 11% acima do patamar anterior, respetivamente.

De janeiro a maio de 2025, as exportações nacionais de matérias têxteis para os EUA cresceram 2,6%, atingindo 96 milhões de euros, enquanto as vendas de vestuário subiram 7,5%, para 75,5 milhões de euros. Em termos de peso no total das exportações para este mercado, a quota do vestuário aumentou de 5,2% para 5,8%, sinalizando um dinamismo acrescido neste segmento.

A AICEP sublinha ainda que os EUA consolidaram-se como o quarto maior destino das exportações portuguesas, num ano em que as vendas externas globais cresceram 3,7% nos primeiros cinco meses – acima da média da União Europeia.

Paralelamente, a Organização Mundial do Comércio prevê uma contração significativa nas importações americanas de têxteis e vestuário oriundos da China, cenário que pode favorecer a substituição por fornecedores alternativos, como Portugal.

Apesar da resiliência demonstrada, o estudo alerta para um ambiente económico “sem precedentes” e recomenda às empresas uma monitorização contínua das mudanças no comércio internacional, o desenvolvimento de estratégias para responder a perturbações geopolíticas e a diversificação de parceiros comerciais.

O reforço das cadeias de valor regionais surge igualmente como prioridade, de forma a reduzir riscos associados à dependência excessiva de mercados ou blocos específicos. Consultar o documento na integra aqui.

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