ABIT: “Chegou a hora de traduzirmos a proximidade em negócios”

Fernando Pimentel esteve em representação da ABIT no encontro Brasil-Portugal, promovido entre a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção e a ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal. O diretor recorda que a relação que mantém com a sua congénere portuguesa já vem de há bastante tempo – “temos uma relação próxima, chegou a hora de traduzirmos em negócios, em intercâmbio tecnológico, técnico, conhecimento sobre sustentabilidade”, disse ao T Jornal.

Durante a conversa, salientou as potencialidades do ecossistema brasileiro e as similaridades entre os dois países – “temos tudo a ver, temos de fazer mais riqueza para os dois”, continuou. Do lado da ABIT, estiveram na sessão de networking na sede da ATP cerca de 15 empresas.

Na sua opinião, devem ser feitas mais iniciativas como esta, quem sabe feiras de negócio que juntem as diferentes áreas, incluindo máquinas e produtos químicos. “É uma forma dos empresários se conhecerem, interagirem e trocarem interesses. Vamos transformar o interesse em negócio!”

Os desenvolvimentos na área da defesa podem ser um dos pontos de ligação. O Brasil já está a trabalhar nessa vertente e quer contribuir para a União Europeia, melhorando os equipamentos. Foi também para medir o pulso ao setor nacional que esteve presente no iTechStyle Summit.

Fernando Pimentel recorda ainda a sua participação na IAF Spring Conference, na qual esteve como orador. “Gostei muito, a troca de informação é muito importante, reunir associações, empresas e investidores de todo o mundo é muito importante, porque nos dá um overview do que se passa no planeta, discute-se o cenário mundial, o que nos dá uma panorâmica muito boa”, conclui.

Durante a sua intervenção no passado dia 22 de maio, o dirigente afirmou que “os retailers querem pagar cada vez menos a cada dia” e que as “famílias estão a investir noutros tipos de gastos”. Enquanto isso, as suas associadas remam contra a corrente, trabalhando para aumentar a produtividade e enfrentar o desafio da mão de obra, que prefere cada vez mais outras indústrias.

No seu discurso, incluiu ainda uma crítica às grandes plataformas “que vendem de forma desleal” e chamou a atenção para a necessidade de prestarmos atenção à diplomacia, uma vez que “estamos no meio de dois gigantes”.