Bebiana Rocha
O diretor-geral do CITEVE integrou ontem a mesa-redonda que encerrou o seminário da Direção-Geral de Energia e Geologia – Políticas Públicas de Eficiência Energética –, onde deixou claro que a racionalização energética praticada pela fileira têxtil não é uma questão de compliance, mas sim de negócio.
“Temos contribuído muito de forma egoísta para esta redução”, disse António Braz Costa aos presentes, referindo-se à poupança de energia e água. Quanto maior o consumo de água, maiores são as emissões de CO2, e é por isso que o centro está a trabalhar com as empresas no projeto GIATEX, focado em processos de tingimento com menor consumo de água.
“A sustentabilidade é uma grande oportunidade. É na sustentabilidade que conseguimos afirmar que estamos na linha da frente”, relembrou, destacando o trabalho desenvolvido desde 2015 no apoio às empresas nesta área, permitindo-lhes ganhar capacidade competitiva. Atualmente, o CITEVE está a trabalhar num modelo do que poderá ser o Passaporte Digital de Produto (DPP), que acompanhará cada peça ao longo do seu ciclo de vida.
“O primeiro ato legislativo do DPP já foi publicado – vai ser lei! A etiqueta remeterá para um QR Code com todo o percurso da peça”, explicou à plateia, que contava com representantes de várias áreas de atividade. Braz Costa confirmou, no final, que o reporte de dados e as auditorias são agora uma realidade incontornável, e que as empresas devem investir em sistemas de gestão de informação industrial para garantir a rastreabilidade dos seus processos.
Denunciou ainda o excesso de burocracia: “não há clarificação de tudo que está envolvido, cada empresa precisa de saber ler legalês. A burocracia cresceu, é importante encontrar uma forma diferente de colocar os programas de compliance senão temos de contratar juristas”.