20 setembro 24
Marcas

Bebiana Rocha

A Line coloca Diogo Miranda como diretor criativo

A A Line, marca própria da Spring, conta com um novo diretor criativo e artístico. Será Diogo Miranda a assinar a coleção primavera-verão do próximo ano, tornando-se o primeiro designer português a integrar a direção criativa de uma marca nascida em seio industrial.

“Uma marca tem de ter uma identidade, nem sempre a soubemos, hoje sabemos para onde queremos ir e contamos com o Diogo Miranda, que é um excelente designer, com um passado brilhante. Temos muitas ideias dentro da marca a brotar”, diz Hélder Gonçalves, em entrevista ao T Jornal.

À loja própria no Quarteirão das Artes, no Porto, chegou estas semanas a coleção outono/inverno, ainda desenhada internamente. A partir da primavera o cenário é mudado e os clientes podem esperar na mesma camisas, saias, e outras peças que caracterizam a A Line, mas já com assinatura de Diogo Miranda. Colocado em cima da mesa estão também futuros drops, para peças mais especiais, onde podem entrar os vestidos compridos que Diogo Miranda habituou o público.

“Não somos uma fast fashion, fazemos tudo com muito carinho”, sublinha o fundador, dando conta que a loja tem funcionado muito bem. “A marca é um exercício romântico de tudo o que há à volta da criação, mas tem de ser rentável, tem de ter uma componente comercial ativa”, partilha, sublinhando que as vendas têm acontecido pela boa atmosfera da loja – “que está para o vestuário como o vestuário está para loja” –, pela aposta na qualidade e pelo posicionamento num segmento de mercado totalmente diferente da concorrência.

“Estamos posicionados numa faixa do mercado diferenciada, porque existem dois tipos de clientes: o que compra grife e o que compra a marca pela qualidade, nós cativamos o segundo. As nossas peças são mais baratas que uma grife, mas em termos de tecidos e durabilidade é igual”, diz confiante Hélder Gonçalves.

Deixando uma nota a todos os empresários que ambicionem ter uma marca própria. “Estamos bem posicionados no private label neste momento, mas há uma parte das encomendas de valor mais baixo que começa a derrapar para outros países como Turquia e Marrocos. Não podemos manter-nos só a fazer luxo. Temos de fazer como os italianos há uns anos e criar marcas que se tornem conhecidas e que sejam o sustento de parte da indústria. Uma parte da indústria tem de fazer esse caminho, quem tiver esta vontade deve avançar”, incentiva.

A A Line está já presente no panorama internacional, com artigos em lojas da Itália, Grécia, Estados Unidos, entre outras. “Será um projeto para continuar a andar”, garante.

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