28 junho 24
Empresas

T

A indústria têxtil e vestuário portuguesa pouco vende à defesa nacional

O Presidente da ATP, Mário Jorge Machado, foi orador convidado do seminário “Economia e Defesa” promovido pela CIP e pelo idD Portugal Defence, realizado no dia 26 junho, que reuniu diversos especialistas, empresários e líderes para debater questões cruciais sobre o papel de Portugal na nova ordem internacional, o investimento nas Forças Armadas nacionais e a importância do ecossistema da defesa.

No painel «Além das armas: os setores fornecedores das forças armadas», partilhou o palco com o Presidente da APIFARMA, João Pedro Almeida Lopes, com o Presidente da FIPA, Jorge Henriques, com o Vice-Presidente Executivo da AIMMAP, Rafael Campos Pereira e o Presidente da AED Cluster, José Neves, numa conversa moderada por Tiago Freire, da revista Exame.

Neste painel foi discutido como a indústria pode contribuir para a defesa nacional, explorando as oportunidades de integração e desenvolvimento de tecnologias que beneficiem tanto a economia como a defesa.

O presidente da ATP começou por dizer que a indústria têxtil e vestuário portuguesa pouco vende à defesa nacional, uma vez que esta se abastece maioritariamente em países terceiros, o que constitui uma grande vulnerabilidade sendo necessário mudar esta situação. Considerando que se trata de uma área estratégica, o fornecimento deveria ser assegurado na União Europeia, no minino em 70%, condição que a EURATEX também defende junto da Comissão Europeia.

Falou também da importância de se criar um ecossistema que permita a previsibilidade no negócio. Ninguém fará investimento se não houver parcerias e relações de confiança de longo prazo. É necessário investir fortemente em inovação e tecnologia para assegurar o cumprimento requisitos avançados de segurança, proteção, conforto, para além de outras funcionalidades de suporte aos militares e operacionais no teatro de guerra e ninguém estará disposto a fazer esse investimento para mais tarde o know-how ser “passado ao inimigo”.

Existem tecnologias e soluções inovadoras já desenvolvidas e em desenvolvimento pelos diferentes centros de competência do setor, em parceria com as empresas. Esse investimento deverá ser valorizado, aproveitado e promovido pela indústria de defesa nacional. A compra deste tipo de produtos não pode basear-se apenas no preço. É preciso atender à especificidade, funcionalidade, inovação e caracter estratégico dos mesmos.

Defendeu ainda importância de se olhar para as regras processuais que muitas vezes impedem a execução de encomendas em tempo útil, apelando a uma simplificação do sistema.

Partilhar