13 dezembro 24
Empresas

Bebiana Rocha

103 empresas reportaram dados para o relatório Be@t

O segundo Relatório de Sustentabilidade, produzido no âmbito do projeto Be@t, foi divulgado ontem numa sessão online conduzida pelo CITEVE, PWC e Wiimer. Dos números apresentados sobressai o compromisso crescente das empresas rumo à sustentabilidade. “Houve um aumento do reporte de indicadores e uma melhoria na qualidade da informação fornecida”, nota em resumo a organização. “Mais 34% de empresas reportaram informação sobre temas ambientais, sociais e de governance”, perfazendo um total de 103 empresas participantes.

“A certificação é uma das grandes apostas do sector. Observou-se também um aumento do investimento das empresas na formação e qualificação do capital humano. E são cada vez mais as empresas que cumprem com os requisitos legais, regulamentares e cadernos de encargos dos clientes”.

A abertura foi feita por António Braz Costa, diretor-geral do CITEVE, que elogiou a “abordagem holística à sustentabilidade, adotada pelo STV português”, que tem “gerado resultados notáveis. Foi de seguida apresentada por Assunção Mesquita, consultora no CITEVE, a estrutura do relatório, que está em traços gerais organizada em 5 pontos: A Bioeconomia no Sector (dedicada a apresentar a bioeconomia como um pilar estratégico e a fazer uma caracterização do STV), Compromisso Ambiental, Compromisso Social, Compromisso Governance e Considerações Finais.

Dentro dos compromissos os dados das empresas são agrupados em seis tipologias de processos distintos, uma vez que cada área tem indicadores diferentes: processos de fiação, tecelagem, tinturaria e acabamentos; processos de tricotagem ou tecelagem; processos de ultimação que incluem tinturarias e acabamentos, estamparia e lavandaria; empresas verticais; processos de corte e confeção; outros processos, onde se inclui reciclagem, revestimento, laminagem e bordados.

Após uma análise ao relatório completo, o T Jornal saliente os seguintes indicadores: as empresas com vários processos são as que têm o maior peso no relatório, com resposta de 30 empresas, por outro lado a fiação, tecelagem, tinturaria e acabamentos é a que conta com menos respostas das empresas, totalizando 6 para o universo da amostra. A caracterização da amostra permite-nos perceber que 84% corresponde a PMEs.

Avançando nos indicadores ambientais, ficamos a saber que: 86% das empresas aplica técnicas de sustentabilidade nos processos de fabrico, um aumento de 16 pontos percentuais comparativamente a 2022; a técnica de ecodesign é a mais aplicada pelas empresas com vários processos; registou-se uma redução de 33% no uso de plástico para embalamento desde 2019; 35% dos produtos vendidos pelas empresas estão certificados por rótulos ecológicos; foram consumidos mais 21% de materiais orgânicos/biológicos, um aumento de 4 pontos percentuais em relação a 2022.

É ainda descriminado que: em 2023 64% das empresas reportaram reduzir o consumo de produtos químicos, um aumento de 6 pontos percentuais; o consumo de materiais renováveis aumentou 16%; verificou-se um aumento de 9 pontos percentuais na percentagem de empresas que reportaram as suas emissões de âmbito 1 e 2 em 2023 (51%) em relação ao ano passado.

No campo social, o relatório permite igualmente saber que: “nos últimos cinco anos observou-se um crescimento no total de horas dedicadas à formação de capital humano das empresas, totalizando 247 729 horas”, mais de 60% das empresas apostaram na melhoria da ergonomia do espaço de trabalho (68%), já 58% das empresas selecionam fornecedores com base em critérios sociais e 54% aplicam critérios ambientais.

Há também uma maior preocupação por parte da administração das empresas em reter talento, pelo que aumento o número de benefícios oferecidos aos trabalhadores, os mais comuns são neste momento: flexibilidade horária, plano de saúde e teletrabalho. É também notório um maior envolvimento com a comunidade local, sendo a forma mais comum de apoio a doação de produtos.

Na vertente social tem-se ainda para referir que 69% das empresas realizou em 2023 inquéritos de satisfação aos seus clientes, que passam agora a entrar como prática comum. Em termos de transparência há também um esforço por disponibilizar publicamente informação sobre a sua situação tributária e práticas fiscais, 67% das empresas da STV já o fazem, o que corresponde a um aumento de 3 pontos percentuais.

Nas considerações finais vale sublinhar a importância de se continuar a investir na captação dos recursos humanos e em modelos de negócio B2C. O relatório está disponível para consulta na integra aqui.

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