A herança da Sanjo vem muito conectada à sapatilha; no entanto, a nova abertura serve para que o público se vá familiarizando com a oferta de vestuário unissexo, produzida pela YGrego Confeções, com contributos também da Troficolor e outras empresas têxteis do Norte.
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A Sanjo conta com 90 anos de história, mas só em novembro de 2023 entrou para a cronologia a abertura da sua primeira loja própria. Fica no coração do Bairro Alto e Vítor Costa, diretor criativo da marca, justifica a abertura como “um feeling do momento”.
“A Sanjo vem de um perfil industrial, de uma fábrica de chapéus”, contextualiza ao T Jornal, “quando pensámos na loja quisemos seguir a mesma linha de linguagem”, justifica. O espaço conta com 40m2 e é praticamente monocromático – o azul domina, enquanto cor da cidade, assim como apontamentos em amarelo pastel. A ideia é transmitir uma energia jovem!
“Quando entrei para a Sanjo, por uma questão de longevidade da marca considerámos que não devíamos trabalhar só para os saudosistas”, diz Vítor Costa. A Sanjo é hoje, nas suas palavras, a nova cultura portuguesa. “Temos impacto na moda, na forma de estar, o nosso público são os jovens, apesar de não se refletir nos compradores. Diga-se, continuamos a ter pessoas com uma ligação emocional à marca, os saudosistas, e também algum público estrangeiro”. Os novos modelos têm sido procurados por americanos que gostam do que é feito em Portugal.
Quanto à organização da loja, tem uma disposição variável: “neste momento, temos o vestuário mais do lado esquerdo. O painel do lado direito é somente sapatilhas, os modelos mais icónicos. Mas trabalhamos por módulos e cubos, o que nos permite fazer ativações e ir trocando os sítios dos artigos”, refere.
A herança da Sanjo vem muito conectada à sapatilha; no entanto, a nova abertura serve para que o público se vá familiarizando com a oferta de vestuário unissexo, produzida pela YGrego Confeções, com contributos também da Troficolor e outras empresas têxteis do Norte.
“As primeiras coleções de vestuário foram de workwear, era a herança, hoje sinto que é quase nostalgia a sportswears. A coleção que saiu no dia 9 de fevereiro é inspirada no estilo de vida de um clube de ténis. Não tanto numa vertente de performance, mas de elegância e tradição, com detalhes engraçados que migram também para a decoração da loja”, diz em entrevista.
“Sinto que em termos qualitativos esta coleção Spring-Summer é muito superior. Queremos elevar a marca”, chama à atenção Vítor Costa. O criativo introduziu novos materiais, todos sustentáveis: “Utilizamos canvas reciclado, burel, cordura fabrics, bombazine PETA Approved e as nossas peles são certificadas pela World Leather Group”, exemplifica.
Quanto ao que vendem mais em loja, o responsável fala nas partes de cima. “O que vendemos mais são t-shirts com gráficos. Temos uma frase que sinto que agora faz um bocadinho parte do nosso legado que é ‘Steel Fresh After 90 Years’”.
Há quatro anos que a Sanjo está nas mãos de um grupo empresarial de Braga. Desde aí tem crescido na ordem dos 30% ao ano. Para 2024, a direção ambiciona manter o ritmo de crescimento e a estratégia de elevar a marca, em qualidade, em quantidade de histórias e reforçar os números de pontos de venda, tudo ‘step by step’, finaliza o diretor criativo.
Sanjo Bairro Alto
Rua do Norte 16, 1200-286 Lisboa
Produtos: Vestuário (t-shirts, sweats, calças, calções); calçado e acessórios Público Alvo: jovens que se identifiquem com a cultura do skate, sneakers e saudosistas da marca Data de Abertura Novembro 2023 Outras Lojas Tem 90 pontos de venda multimarca em Portugal