A Casa Rainha está nas mãos de António Rodrigues desde setembro de 1974. Antes, era uma loja de miudezas e tecidos a metro; hoje assume-se como uma referência histórica do pronto a vestir de homem e senhora para os fregueses do Porto e arredores que procuram qualidade e um atendimento personalizado.
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A Casa Rainha está nas mãos de António Rodrigues desde setembro de 1974. Antes, era uma loja de miudezas e tecidos a metro; hoje assume-se como uma referência histórica do pronto a vestir de homem e senhora para os fregueses do Porto e arredores que procuram qualidade e um atendimento personalizado – o que inclui até ser tratado pelo primeiro nome.
“Podemos dizer que recebemos aqui neta, mãe e avó. A avó vem dos tempos antigos, entretanto a filha começa a conhecer-nos porque vem com a mãe ao médico, percebe que também encontra aqui coisas para si e começa a falar em casa. A neta na altura de aniversários e do Natal acaba por passar cá para comprar um presente, por exemplo”, conta Cláudia Rodrigues, filha do proprietário. “O legado foi sendo passado, o boca-a-boca funciona muito bem. Por exemplo, a Dona Odete foi nossa cliente desde os primeiros tempos, a hoje médica Dona Cristina, que costumava vir cá com a mãezinha, é agora também nossa cliente”.
A loja está dividida por categorias de produto sendo possível vestir alguém da cabeça aos pés, com destaque para a oferta de marcas nacionais. “Está provado que temos uma confeção de qualidade em Portugal, por isso, apostamos em marcas como a Scusi, Impetus, Pierre Cardin ou Mike Davis. No inverno é 50%/50%, temos boas malhas em Portugal. Contamos igualmente com produtos de marcas espanholas, italianas, uma alemã e outra dinamarquesa”, diz Cláudia Rodrigues. Em outros tempos já tiveram inclusive produtos da Olmac: “fomos pioneiros no arranque da Olmac, com o Sr. Tavares”, faz questão de mencionar António Rodrigues.
“Há o cliente que se veste aqui diariamente e aqueles que nos procuram quando precisam ‘de uma coisinha melhor’”, diz entre risos Cláudia. “Dizem-nos que a roupa não devia durar tanto e eu respondo para darem à vizinha do lado e virem comprar nova”, brinca o pai atestando a qualidade do produto. A loja oferece ainda um serviço de costura: “temos um atelier próprio onde subimos calças, casacos, vestidos, afinamos a cintura…”, realça Cláudia.
A Casa Rainha já existia antes: pertencia a um antigo funcionário da Companhia Fabril de Salgueiros e ganhou esse nome porque no século XIX a atual Rua Antero de Quental chamava-se Rua da Rainha, uma vez que a Rainha Isabel II passava por aqui para ir para Braga. Com o tempo foi-se modernizando: “Quando nos mudámos, a minha mãe costurava saias e vestidos para as clientes da zona, depois começou a surgir a confeção e deixámos de ser só uma loja de tecidos. Atualmente somos oito funcionárias, divididas pelas duas lojas”, diz Cláudia.
A Casa Rainha da Rua Antero de Quental foi para obras em 2000 e, portanto, para não fechar durante a empreitada abriram 300 metros ao lado um espaço que era para ser provisório, na Rua de João Pedro Ribeiro: “Correu bem esta segunda loja e acabámos por ficar, funcionam como sendo uma só”, diz António Rodrigues. O futuro passa por apostar na digitalização: o primeiro passo está dado com a criação das redes sociais e Claúdia Rodrigues a tomar parte das rédeas do negócio que tem tudo de familiar.
Casa Rainha
Rua Antero de Quental, 356
4050-053 Porto
Produtos: vestidos, camisas, calças, malhas e roupa interior Público-alvo: homem e mulher com idade superior a 35 anos, que queiram estar vestidos confortavelmente Data de Abertura: 1974 Outras Lojas: Rua João Pedro Ribeiro, 907 (Porto)