T66 - Outubro 2021
Loja

A cultura do fato com porta aberta

Embora reconhecendo que “os jovens não tenham tanto a cultura do alfaiate”, Carlos continua a apostar em trazer ao de cima o melhor deste universo. Trabalha com as melhores matérias primas, várias delas exclusivas, como é o caso da lã de vicunha, um dos tecidos mais caros do mundo, vindo diretamente do Peru

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Entrar na Carlos Sousa Alfaiate é o envolvimento numa atmosfera de luxo e sofisticação, mas também no universo de um grande saber fazer. Esta é uma loja diferente, com serviço por medida combinado com pronto-a-vestir multimarca. 

Há várias décadas que Carlos Sousa, o rosto por trás dos fatos que aqui podemos encomendar, se dedica à arte da alfaiataria. Foi introduzido ao ofício com 12 anos de idade e desde aí não deixou de aprimorar as técnicas. 

Garante ter aprendido durante vários anos com os melhores, e há cerca de 20 que se lançou em nome próprio e tem agora um atelier integrado na loja com o seu nome, na avenida da Boavista, no Porto. 

Quem entra na Carlos Sousa Alfaiate tem garantido um atendimento personalizado. “Mesmo sendo um pronto-a-vestir o cliente sai daqui com o fato ajustado ao corpo”, sublinha o filho, Manuel Sousa, responsável pela gerência do negócio. “A Corneliani serve a 70/80% dos homens sem grandes alterações, mas o meu pai ajusta-os sempre para que sejam claramente à medida de cada cliente”. 

O portefólio de oferta de marcas premium que aqui podemos encontrar é vasto. “O cliente sai daqui vestido dos pés à cabeça”, diz o pai em tom de brincadeira, tendo em conta a disponibilidade de calças, polos, blusões, camisas, blazers e acessórios para completar o look. 

Com poucos alfaiates na cidade e a prestar serviços diferentes, o que distingue a Carlos Sousa é mesmo dar aos clientes fatos únicos, feitos do início ao fim pelas mesmas mãos, de forma totalmente artesanal. “Mesmo quando temos mais volume de trabalho vai tudo riscado por mim, trabalhamos com mais dois alfaiates, mas sou eu que faço os moldes e verifico tudo”. 

Embora reconhecendo que “os jovens não tenham tanto a cultura do alfaiate”, Carlos continua a apostar em trazer ao de cima o melhor deste universo. Trabalha com as melhores matérias primas, várias delas exclusivas, como é o caso da lã de vicunha, um dos tecidos mais caros do mundo, vindo diretamente do Peru.

Num negócio que vive do contacto direto com o cliente, do tirar medidas, às provas e tocar nos tecidos, o serviço inclui muitas vezes até ida a casa do cliente. Com a pandemia, Carlos recorda os meses que esteve fechado e a inviabilidade de usar online. “Os nossos clientes procuram-nos precisamente pelo atendimento, vendemos também para Angola e com as restrições de circulação não pudemos viajar, sem Covid fazíamos pelo menos oito viagens por ano”, descreve. 

Numa altura em que se fala de sustentabilidade, o exemplo do seu serviço de alfaiataria constitui-se como uma alternativa respeitadora do ambiente, sem desperdício e capaz de passar de geração em geração para marcar momentos importantes como casamentos. Afinal, aqui fazem-se fatos para uma vida.

A Loja

Carlos Sousa Alfaiate
Avenida da Boavista, 1515
4100-114 Porto

Ano abertura 2004, com mudança de instalações em 2013 Serviço Alfaiataria por medida Produtos Vestuário e acessórios para homem Público Maioritariamente homens acima do 45 anos, apreciadores de um estilo clássico e com poder de compra. Também jovens noivos Marcas Dormevil, Loro Piana, Corneliani, Scabal, Holland and Sherry, Drapers, Ermenegildo Zegna, Emporio Armani e Gran Sasso, entre outras.

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