Fundada em 1990, na Maia, a Patinho Azul rumou em 2013 para o centro da cidade do Porto, pronta para trazer à invicta roupinhas de criança de estilo clássico feitas à mão . Um mimo primoroso que foge da oferta massificada e que se confirma perfeito para todos os momentos especiais da vida dos mais pequeninos
Cláudia Azevedo Lopes
O primeiro trabalho de Paula Mendes, fundadora da loja de moda infantil O Patinho Azul, foi a modelagem. Tinha 9 anos e depois de fazer os deveres da escola, a mãe, Alda Gonçalves, modista de alta-costura que à época vestia algumas das senhoras mais importantes do Porto, incumbia-a de trabalhar os moldes das clientes. O pagamento? “Umas calças ou outra qualquer peça de vestuário das lojas mais cool do momento”.
No entanto, a paixão pelo ofício não cresceu, em grande parte, conta Paula, por ser canhota a costurar, o que impediu a mãe Alda de a ensinar convenientemente. Começou uma carreira como secretária de direcção, mas a costura voltou rapidamente quando nasceu a Filipa, a sua primeira filha. “Soube desde muito cedo que ia ter uma rapariga e a minha mãe começou logo a fazer vestidos. A primeira neta e ainda por cima menina!”. Com o segundo filho vieram as dificuldades em os horários com o trabalhão e a mãe ditou o futuro: “Não vais conseguir. Abre uma loja e eu ajudo-te”. E assim foi. O ano era 1990 e inaugurava-se, na Maia, O Patinho Azul, uma loja multimarca que só vendia artigos made in Portugal de alta qualidade.
Mas se o negócio corria às mil-maravilhas para Paula, o mesmo não se podia dizer das têxteis com quem trabalhava, que começavam à definhar face à invasão de multinacionais com artigos feitos na China. Se a vida te dá limões, faz limonada. E foi o que Paula fez. “Já que não havia ninguém para nos fornecer, começamos nós a produzir. Instalei um atelier na loja e contratei quatro costureiras”. E assim regressou às origens, à modelagem.
Em 2013, O Patinho Azul deixa a Maia e instala-se no coração do Porto, mas nada muda no modus operandi da loja. “Todos os artigos são desenhados por mim e executados pelas nossas costureiras. É tudo único”, revela a criadora. “A nossa bordadeira tem 90 anos. Quando ela parar, não sei quem nos vai fazer os bordados – já ninguém sabe fazer o que ela faz”, interroga-se.
São vestidos e camisas, calções e blusas de estilo clássico, mas sempre com um toque actual, que pretendem agradar a um cliente que procura um produto de qualidade e diferente da oferta massificada. “Nas nossas coleções só usamos dois materiais: o algodão para as estações quentes e a lã merino para as estações frias. Depois há os outros pormenores: os vestidos e calções são todos forrados a algodão, os fechos são costurados de forma a ficarem invisíveis, os botões que usamos são de madrepérola porque são achatados e não incomodam a criança se esta estiver deitada sobre eles e os acabamentos das peças são todos feitos à mão”, explica Filipa, a mesma para quem a avó Alda fez os vestidinhos e que agora trabalha na loja junto à mãe.
Peças que podem ser personalizadas ao gosto do cliente ou mesmo idealizadas de raiz – um dos serviços mais requisitados – e que também têm um lado sustentável: Os tecidos são tão bons que duram vários anos e os modelos são feitos para de adaptarem ao crescimento – as bainhas são altas para podem ser descidas e os laços dos vestidos servem para cingir à cintura quando se compra um número acima. “São roupas singulares para momentos especiais”, diz Paula. Que é o mesmo que dizer, roupas de todos os dias, porque todos os dias são especiais na vida de uma criança.
O Patinho Azul
Rua de Sá da Bandeira, 659
4000-437 Porto
Ano de abertura 1990 Produtos Vestuário e calçado infantil Estilo Clássico com apontamentos contemporâneos Serviços Personalização e customização de peças existentes ou serviço de atelier para criação de peças exclusivas Loja online opatinhoazul.com