T83 - Maio 23
Empresa

Uma liberdade artística para além-fronteiras

Foi na lacuna da existência de um estúdio criativo português que surgiu a Bold Design através dos fundadores Jorge Ballester e Tatiana Castro.

T

Jorge Ballester e Tatiana Castro, fundadores do projeto Bold Design, sentiram a lacuna da existência de um estúdio criativo português com know-how que aliasse o conhecimento técnico ao artístico. Foi então que o caminho profissional de ambos se cruzou na área do têxtil, e foi a troca de ideias dos sócios que deu asas a um estúdio artístico onde se fazem diversas criações focadas na indústria têxtil, da moda e do têxtil-lar.

O estúdio que inspira liberdade criativa e ousadia tem as portas abertas em pleno centro histórico de Braga. Ali, as ideias nasceram bem estruturadas e, em plena pandemia, juntos decidiram embarcar num projeto ousado, com um caminho logo de começo bem traçado e de seguida bem espaldado: a internacionalização e a conquista do reconhecimento como um estúdio de referência. “Isto é um projeto que desde o início sabemos que o nosso foco é a venda internacional. O nosso mercado não consegue pagar o mesmo valor pelo desenho e pela criatividade que o americano, o francês ou o alemão”, fundamentou Jorge Ballester, co-founder e diretor comercial da Bold Design.

Com apenas dois anos e meio, o crescimento é necessariamente ligeiramente mais lento em plena recessão económica global. Contudo, a ascensão tem sido bastante significativa: “estamos a aumentar ano a ano a nossa produção em média entre os 30% e os 40%. Ao contrário de outras empresas que sentiram dificuldades na logística, nós crescemos durante a pandemia, pois estamos de alguma forma facilitados no tipo de negócio que fazemos, é tudo muito digital”, disse Jorge Ballester. “O que nós temos feito é ir um bocado atrás do mercado que estiver a dar mais, e é nesses que apostamos todas as fichas”.

Determinados na direção da internacionalização, para Jorge e Tatiana, o percurso tem sido uma escalada. Numa fase inicial, o mercado português tem representado 80% do volume de negócios da empresa, restando os 20% para o segmento internacional. Mas o desejo não para de crescer e para os sócios o próximo objetivo é alcançar os 40% de exportações, tendo como meta posterior atingir os 80%. Os primeiros passos foram dados pela Europa, por questões de proximidade, mas mercados como a China e os Estados Unidos já entraram no radar, ainda que não seja com a mesma força. É neste sentido que as feiras tem sido um investimento prioritário da empresa, ainda que, numa primeira temporada, os planos ainda agora começaram: “Paris, Nova Iorque, Londres, Itália, Estados Unidos, Alemanha, são algumas das feiras que já temos agendadas para este ano”, revelou Tatiana Castro, co-founder & diretora criativa na Bold Design. Que, honrada com o reconhecimento que a empresa tem alcançando, partilhou ainda que “fomos reconhecidos pela WGSN, numa feira italiana que fizemos, que reportou a nossa qualidade em várias categorias, tendo sido destacado o nosso software. Neste momento, podemos afirmar que estamos lado a lado daquelas que são considerados as melhores empresas/estúdios. “Apesar da maioria ter mais anos no mercado, em termos de qualidade e técnica de desenho achamos que podemos posicionar-nos ao lado de qualquer uma”, afirmou o diretor comercial.

Em relação ao mais importante certame nacional, o Modtissimo, a dupla confessou: “desde que participámos a primeira vez, fizemos sempre. Sentimos que esta feira nos dá algo que as outras não dão tanto: os contactos que fazemos lá, perduram. E por isso que, para nós, o Modtissimo foi sempre um investimento ganho”.

Uma das vantagens da empresa, o seu traço diferenciador em relação à concorrência, é todo o seu conhecimento técnico, que ambos estão sempre a explorar para encontrarem novos métodos e novos formatos que ajudem os clientes a simplificar o trabalho. Exemplo disso é o software que desenvolveram: “cada um dos nossos desenhos está inserido numa base de dados em que podem ser visualizados em tempo real, o que faz com que uma empresa, antes de fazer uma amostra do desenho impresso, consiga ter uma noção de como o desenho funciona em tamanho, cores, entre outros fatores – o que acaba por ser muito interessante na parte da poupança, da sustentabilidade, da diminuição do desperdícios”, explicaram.

Questionados sobre o que idealizam para o futuro da empresa, ambos tem bem assente que “isto não é uma empresa para escalarmos demasiado, é uma empresa para ficarem internamente a trabalhar dez pessoas; muito mais do que isso seria complexo de gerir e de mantermos o nível de qualidade que estipulámos. Queremos algo que esteja dentro da nossa alçada, e por isso nunca vai ser um estúdio de 50 pessoas”, concluíram.

A Empresa

BOLD DESIGN
R. de São Gonçalo 1
4710-310 Braga

O que faz? Desenhos feitos à mão, prints, moodboards. Criam tendências para coleções futuras para a indústria têxtil da moda e têxtil-lar. Área do estúdio: 150 m Colaboradores: cinco designers no estúdios e quatro freelancers Início de atividade:2020 Exportações: 20%

Partilhar