O sucesso da Givachoice assenta na organização do trabalho, na capacidade de rápida adaptação ao tipo de produto, de cliente e quantidade de peças. E, já agora, na equipa de gestão, que funciona como um trio maravilha
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Ricardo Almeida, o Diretor Financeiro, faz, por isso, questão de juntar à conversa Conceição Barbosa, Diretora de Produção, e Ana Barbosa, Diretora Comercial, que além das parceiras de trabalho são também sogra e mulher, respectivamente.
O que a empresa faz é vestuário feminino de segmento médio-alto e alta-costura, sejam peças únicas, séries complexas, pequenas ou grandes quantidades. “No fundo, aquilo que mais ninguém consegue fazer”, simplifica Conceição Barbosa, que aponta como exemplos as exigentes peças para casas como Dior, Nina Ricci e Correge, ou as criações de múltiplos criadores de sucesso, como a londrina Simone Rocha.
Uma actividade que começou em 2012 por sua iniciativa, quando fechou a empresa onde era responsável pelo sector de produção. “Avancei por conta própria com clientes que já conhecia, mas também não queria deixar abandonadas as pessoas da equipa de trabalho”, diz para explicar a base da equipa de sucesso que não se resume ao trio maravilha.
O projecto que cresceu rapidamente, juntou o genro, engenheiro informático, que embora tendo um avô alfaiate, na Régua, – “já fazia os fatos para os senhores do Porto” – foi desviado do sector automóvel, e a filha, que interrompeu o início de carreira de podologista. “Temos gente muito capaz, organizada em pequenos grupos. Gente muito jovem, com boas capacidades e que são aperfeiçoadas numa linha de formação interna. Temos tido muito boas surpresas”, conta o Diretor Financeiro para explicar o rápido crescimento do projecto que arrancou inicialmente com 20 pessoas e previa chegar às 60 no período de dois anos e logo no primeiro facturou quase um milhão d euros.
“Ao final de quatro meses já tínhamos as 60 pessoas e em 2017 chegamos às 230”, conta Ricardo Almeida, que tem já projectado o alargamento das instalações dos atuais 3.000 m2 para cerca de cinco mil. Basicamente para criar uma plataforma de distribuição dos seus clientes para o resto do mundo, que permita fazer chegar as encomendas directamente sem terem que passar pelas estruturas das marcas. Uma necessidade que, no caso dos clientes ingleses, se agudizou com o Brexit e consequentes entraves alfandegários. “Coleções que se resolviam em um ou dois dias chegam agora a estar 12 dias na alfândega”, nota Ricardo.
À sede em Paço de Ferreira, a Givachoice junta já uma outra unidade, em Rio Tinto. “Um atelier com 40 pessoas especialmente focado nalgumas das marcas e criadores com quem trabalhamos”, avança Ana Barbosa, que tem esta estrutura debaixo da sua responsabilidade.
Com toda a produção a ter como destinatárias os grande criadores e casas de moda de todo o mundo, a Givachoice exporta a 100%, a par da qualidade, capacidade técnica e de minúcia, tem crescido também apoiada no serviço vertical que passou a proporcionar. “Uma vertente que veio com o tempo e a confiança. São clientes de topo, grandes marcas de luxo pedem produto acabado graças à confiança e segurança que firam ganhando no nosso trabalho”, explica Ricardo.
Antes dos 10 anos, a empresa é um caso de sucesso e uma referência incontornável no luxo feminino. A tendência é, naturalmente, para crescer, mas o que a criadora quer mesmo é “continuar o caminho de qualidade e diferenciação e manter o mesmo tipo de produto”. E para isso Conceição Barbosa confia na capacidade e talento da sua equipa e nas múltiplas frases de incentivo que tem espalhadas pelas paredes da empresa.
Givachoice - Têxteis, Ldª
Rua das Devesas, Lt 3, 76
4595-069 Seroa, Paços de Ferreira
O que é? Atelier gigante de alta-costura O que faz? Moda de luxo feminina Fundação 2012 Clientes Grandes casas de moda de todo o mundo Equipa 230 trabalhadores Exportação 100% da produção Volume negócios 8 milhões (em 2019) Objetivos Manter o caminho e o mesmo tipo de produto