T72 - Maio 2022
Empresa

“Fazemos coisas lindíssimas”

Para se entender a Costa Guerreiro, Ldª, o melhor é pensar no sistema Lego. É como um conjunto de peças que se conjugam e complementam para prestarem um serviço completo e coerente à indústria têxtil e da moda.

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No início, há 50 anos, eram as etiquetas têxteis e passamanarias, negócio que evoluiu depois para as etiquetas em pele e de cartão, embalagens e sacos, e abrange hoje catálogos, revistas e até as etiquetas inteligentes de radiofrequência.  

“Fazemos coisas lindíssimas”, orgulha-se Pedro Costa Guerreiro, que deitou mão aos apelidos de família para vincar a natureza familiar na afirmação da identidade da empresa. Foi em 1972 que os pais criaram a Guerreiro & Cª, onde começou trabalhar aos 17 anos. Partiu depois para formações especializadas na Suíça e Inglaterra, onde percebeu que uma revolução estava a mudar o setor. 

É à revelia do pai (mas com a cumplicidade da mãe) que decide modernizar a empresa investindo em teares electrónicos, gerando um conflito familiar depressa ultrapassado pelo sucesso da mudança. Além da visível qualidade, também os negócios e a facturação dispararam rapidamente.

Pouco depois, já de regresso do serviço militar, dá mais um passo em frente e lança-se no caminho da internacionalização. As grandes marcas de moda, desporto e confeções são hoje os seus principais clientes, exportando para os mais diversos e variados destinos e geografias. 

Apesar da evolução, Pedro Guerreiro faz questão de vincar também o espírito vanguardista e visionário do pai. “Fomos a primeira empresa do vale do Ave a fabricar etiquetas tecidas em jacquard e a primeira da península a ter um computador de desenho têxtil para debuxo, um equipamento da marca Bonas que representa a evolução do jacquard de cartão para o electrónico”, explica enquanto mostra (foto) na entrada das modernas instalações da empresa um pequeno museu com essas as e outras peças, tal como o belíssimo caneleiro que enchia as canelas das cores para o jacquard. 

Outro passo decisivo dá-o depois em 1990, com a criação da Costa Guerreiro, Lda quando passou a ser obrigatória a etiqueta na venda ao público nas peças de moda. Focada na impressão, acabamento e comercialização de etiquetas em cartolina, vinha complementar as etiquetas em tecido e estampadas que era a especialidade da Guerreiro & Cª. 

É ai que começa o crescimento das instalações, que dos 600 m2 iniciais se alarga hoje até aos 12 mil de área coberta, acabando as duas empresas por se terem fundido já depois da viragem do século. O leque de clientes abrange as grandes marcas mundiais da moda e do desporto, tem uma equipa com 130 colaboradores, fabrica acima dos três milhões de etiquetas por dia e aponta para uma facturação perto dos 10 milhões de euros no final deste ano. 

A par da tecelagem inicial, hoje com 48 teares, a empresa engloba as áreas de acabamento têxtil, impressão têxtil, acabamento gráfico, impressão gráfica, dados variáveis (etiquetas inteligentes), e controlo de qualidade e expedição. 

Todas dotadas dos mais modernos e eficazes equipamentos, a par de uma equipa de 12 pessoas para desenho e desenvolvimento de produtos. “Fazemos mais de 30 amostras por dia e somo capazes de produzir uma amostra em 24 hores, mais de 60% daquilo que fazemos é de desenvolvimento interno”, concretiza Pedro Guerreiro, que conta já com o apoio das filhas, Rita e Joana, com 27 e 24 anos, respetivamente, na tomada de muitas das decisões do dia-a-dia. 

A Empresa

Costa Guerreiro, Ldª 

Rua Engº Duarte Amaral, 1075 

4836-908 Enselo, Guimarães

O que é? Empresa de produção e desenvolvimento de etiquetas tecidas, estampadas e de cartão, fitas variáveis, embalagens, catálogos e revistas para a indústria têxtil Início da actividade? 1972 Capacidade de produção? Três milhões de etiquetas por dia Área coberta? 12 mil metros quadrados Plantel? 130 colaboradores Exportações? À volta de 50% da produção, que de forma indirecta acaba por chegar quase aos 100%. 

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