T91 - Março/Abril 24
Empresa

As crises como alavanca do crescimento

Em meados de 2008, como consequência da crise do sub-prime, a empresa direcionou o seu foco para o private label e foi nessa altura que Miguel, licenciado em Economia e representante da segunda geração da empresa, começou a sua atividade, com a missão de fazer crescer o know how da Confenix e de aprimorar a sua capacidade de resposta ao mercado. Desde então, a aposta venceu e a empresa evoluiu muito

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Foi no final dos anos 70 que a Confenix deu início à sua atividade como fabricante de roupa de praia e pijamas, tendo pouco tempo depois concentrado em fabricação de roupa de dormir. “Tudo começou com a minha mãe, Inês Machado, que com uma máquina de costura fazia várias roupas, até que decidiu montar uma confeção de swimwear. Entretanto, o meu pai, Natalino Oliveira juntou-se ao negócio, desviaram a atividade da empresa para sleepwear e lideraram durante mais de uma década o mercado nacional”, contou Miguel de Oliveira, sócio-gerente da empresa.

Em meados de 2008, como consequência da crise do sub-prime, a empresa direcionou o seu foco para o private label e foi nessa altura que Miguel, licenciado em Economia e representante da segunda geração da empresa, começou a sua atividade, com a missão de fazer crescer o know how da Confenix e de aprimorar a sua capacidade de resposta ao mercado. Desde então, a aposta venceu e a empresa evoluiu muito.

Hoje, o grosso da produção da empresa é o private label e o peso das exportações é de 90%. Itália, Espanha, França, Alemanha, Reino Unido, são os principais mercados, mas os Estados Unidos estão agora na mira da empresa. Sendo uma PME constituída por 20 trabalhadores e uma capacidade produtiva de 10 a 20 mil peças por mês, a Confenix ultrapassou neste último ano um milhão de euros de faturação. “A empresa é irreconhecível nos últimos 10 anos. Uma empresa que estava focada no monoproduto, em que fazia pijamas, é agora capaz de trabalhar com um espectro enorme de clientes e de fazer um número variadíssimo de peças. Há uma evolução de facto notória da nossa capacidade de produção e é de congratular a equipa por ter conseguido acompanhar o mercado dessa forma”, enalteceu o sócio-gerente.

Malhas circulares, desde o sleepwear, loungewear e streetwear são o core da empresa. Para além de serem fabricantes, a Confenix presta aos clientes outros tipos de serviços, como por exemplo o de sourcing: “basicamente nós temos uma equipa interna de desenvolvimento de coleções, de moldes, de controlo de qualidade, de sourcing e de pesquisa de materiais, que faz todo o desenvolvimento da coleção para o cliente e posteriormente a sua produção”, explicou Miguel. Tem também valências de agência, que “se direciona para os clientes que preferem trabalhar para outra entidade em Portugal com produtos que a empresa não fabrica”, disse. Além disso, “temos uma marca de merchandising, que é utilizada em colaborações com artistas e em eventos de festivais em Portugal e não só, que no fundo é uma linha de básicos já desenvolvidos que os clientes podem adotar nas marcas deles”, acrescentou.

No que toca a desafios, a Confenix não fugiu à regra. A pandemia foi “uma incerteza para toda a gente”, afirmou o CEO, que trouxe consigo consequências: “Houve uma grande quebra em 2020 mas depois os anos que vieram a seguir foram de recuperação lenta, mas sempre de crescimento”, referiu. Pouco depois, as repercussões intensificaram-se e tiveram que ser adotadas medidas: “temos tentado atualizar os preços nesta instabilidade económica que se vive. Porém, não sentimos aumentos de quantidades nem grandes reduções, e os clientes-chave mantêm-se. No fundo até sentimos uma certa estabilidade”, disse.

Independentemente de todas as circunstâncias, o saldo final para a empresa tem sido positivo. E é com os olhos postos num futuro longínquo que a Confenix se move e por isso os investimentos são obrigatórios. “Nestes últimos três anos, procurámos melhorar as condições de trabalho, assim como a otimização do chão de fábrica. Investimos também no talento que temos dentro de portas e apostámos nas certificações GOTS, RCS, e OCS”, explicou. Além disso, a empresa tem em vista projetos de energia solar.

Miguel, além de sócio-gerente da empresa é também o principal comercial. É esta proximidade com os clientes que tanto caracteriza a Confenix, que além do contacto direto com os clientes, procura criar uma simbiose com os mesmos. “Para nós, é assim que se forma uma equipa: tem de ser dos dois lados. E é isso que tem sido a chave para o nosso sucesso”, concluiu.

A Empresa

Confenix
Estrada nacional 105, nº201
4815-135 Lordelo

O que faz: private label de pequenas a grandes marcas de valor acrescentado Início de Atividade: 1979 Área produtiva: 500m2 Posicionamento de mercado: 10% nacional, 90% internacional Nº de colaboradores: 20    

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