Novos tempos, novos protagonistas, novas roupagens no cenário de sempre: Portugal. Katty Xiomara descobriu dos ‘desamores’ nas mãos do primeiro-ministro: a direita e a esquerda – não, não são as mãos, são as famílias políticas.
E o improvável aconteceu, a figura de Luís Montenegro que pouco tempo teve de se pavonear como oposição e do qual pouco fulgor se antevia, acabou por surpreender. Embora tenha sido muito no limite, foi mesmo Montenegro que, encabeçando a coligação da Aliança Democrática, venceu estas eleições.
Este belo exemplar da democracia já foi inclusive indigitado com o prestigiado título de primeiro-ministro de Portugal. Isso já ninguém lhe tira! Quanto à duração do título, já é outra história, pois os prazos de vencimento estão baralhados.
Luís Montenegro tem sabido preparar o seu pequeno séquito governamental em sigilo e ainda pouco se sabe de qual será a sua composição. Na verdade, sobre este novo período de governação apenas temos uma certeza, a de que Montenegro irá necessitar duma balança da mais avançada tecnologia, para medir até os miligramas e equilibrar cada passo que terá de dar, nesta corda bamba que se avizinha.
O novo primeiro-ministro terá de equilibrar a sua caminhada entre o campo minado da esquerda, que mesmo tendo tido um dos piores resultados de sempre, não deixa, toda junta, de conseguir bramir bem alto, e uma extrema-direita, arreliada com a “nega” do Luisinho, que não recua, por mais que o Chega o manifeste.
Contudo, este mesmo extremo poderá ter sido de facto o grande vencedor das eleições, aumentando em muito o seu volume, ocupando agora umas boas e confortáveis 50 cadeiras na assembleia. E se matematicamente poderão parecer abafados pela ressonância das bancadas à esquerda, temos provas concretas das boas capacidades pulmonares deste extremo.
Concluímos, assim que a estratégia de Montenegro passará por “fazer olhinhos” a todos, mas não namorar com nenhum!