Acontece-me muitas vezes decidir ir a um determinado restaurante por causa de um prato específico. Mas tomar uma decisão destas por causa de um acompanhamento já é muito mais raro e até só me estou a lembrar do caso deste restaurante de Leça da Palmeira.

Este restaurante que se chama A Margarida (porque não é de uma Margarida qualquer, mas daquela que é a alma deste espaço) tem uma açorda com o nome da dona que realmente me faz lá ir de propósito. No menu existem ainda duas açordas, uma de marisco e outra de bacalhau, mas nunca me atrevi a pedi-las com medo de não gostar tanto como da açorda à Margarida.

Para acompanhar este “acompanhamento”, passe a expressão quase pleonástica, peço normalmente um peixe, quase sempre robalo, dourada ou rodovalho, mas mesmo quando também gosto muito do peixe, é sempre a açorda que fica em primeiro lugar na eleição dos meus sentidos.

Feita a recomendação, deixo apenas um alerta para os estimados leitores destas Cantinas. Depois de sentados à mesa (que deve ser reservada com antecedência, sobretudo aos fins-de-semana) é preciso ter cuidado com as entradas que vão chegando em catadupa pelas mãos do Manuel, que vos há-de dizer que é a Margarida que as está a mandar. Cada um sabe o que aguenta, mas é um crime não as saber parar a tempo de deixar o estômago com espaço mais do que suficiente para a açorda que se há-de seguir.