Em Red River ir de comboio para o restaurante. Em Gondomar, em Rio Tinto, para chegar ao Armazém do Pacheco mais vale ir de comboio. Da alma deste restaurante fazem parte dois irmãos que poderiam ser gémeos, porém não são. Mas há, ainda, um prato icónico, que o nosso expert Manuel Serrão diz que não pode ser dispensado: as costelinhas adubadas, uma receita galega passada e confeccionada pela mãe destes dois irmãos. Uma receita que dá uma textura nunca antes sentida às costelinhas de porco.
O título desta Cantina de hoje esteve para ser “o restaurante onde se pode ir de comboio“. Tudo isto porque o Armazém Pacheco fica em Rio Tinto (Red River para os conhecidos) mesmo em frente à estação de comboios local. É neste restaurante que faço há alguns anos o jantar natalício de um grupo antigo de amigos e um deles, que mora na “baixa” do Porto, vai e vem sempre de comboio. O que para mim é uma originalidade porque já fui a restaurantes de muitas maneiras e tipos de transporte, mas nunca de comboio.
Os irmãos Toninho e Serafim, que durante anos pontificaram no Adega Pacheco, em Campanhã (sempre a mesma proximidade à ferrovia…) decidiram voltar à casa de partida, reassumindo em boa hora a liderança do Armazém Pacheco, que tinham arrendado quando se mudaram para o Porto.
A excelência do serviço e a boa gastronomia galaico-portuense acompanhou-os na mudança e o ex-libris da casa continuam a ser as famosas costelinhas adobadas, uma receita galega que aprenderam com a mãe, nascida na Galiza.
Para além destas costelinhas que devem ser comidas à mão sem cerimónias, também recomendo o bife ao alho, as plumas e os secretos de porco, mas sem nunca esquecer que o verdadeiro segredo deste Armazém são as costelinhas.
Ao sábado também há quem não perca os ‘Callos’, que são uma versão galega das nossas Tripas, mas com grão de bico.
Praça da Estação 155
4435-231 Rio Tinto