Tentei evitar, mas a minha luta foi em vão… tenho de reconhecer que o Marcelo é o campeão nestas minhas rubricas. Neste verão ele conseguiu roubar o protagonismo da rentrée política que vai anunciando os novos e possíveis candidatos ao posto, que em 2026 ele mais não poderá ocupar. Fez também cair no olvido o rebulício desgovernado que vivem “nuestros hermanos” e a odisseia que os fez ganhar, e ao mesmo tempo perder, reputação desportiva. Não me levem a mal, irmãos sem governo e beijos não consentidos têm uma enorme importância, mas não é um conflito cá da casa. E é que, por fora e por dentro de casa, muitas outras coisas abalaram o nosso verão: as ondas de calor, as inundações, as tempestades, os mega incêndios e a mais assustadora das mugshots, com um Trump irado ou talvez empolgado…

Mas rendamo-nos! De alguma forma, ainda por desvendar, Marcelo consegue lavar-nos o palato, conseguindo até dissipar a euforia provocada pela passagem do Papa, que aliás, acompanhou a par e passo e quase o desfez com o seu energético passou-bem. Temos de anuir e reconhecer que nosso PR tem uma qualquer capacidade divina ou sobre-humana, qualquer coisa próxima da omnipresença… é que o Marcelo está em todas… não é propriamente a figura que diz “cheguei” é mais ao jeito – assobiando e cantarolando, aqui vou eu casualmente – e assim, de forma discreta, consegue destacar-se qual Waldo no meio da multidão e uma vez encontrado a celebração é total!

É certo que a Ucrânia era um destino previsível e aliás necessário, mas a ocasião foi muito bem escolhida, em plena cerimónia dos 32 anos da independência da Ucrânia, onde o nosso PR discursou num esforçado ucraniano, que apenas pela surpresa pareceu deliciosamente musical. Contudo, o mais marcante desta visita – retirando as partes sérias e intensas cuja importância se sobrepõe à nossa jocosa rubrica – o mais marcante, foi sem dúvida o imprevisível desfile de Marcelo pelas trincheiras de Moschum, algo que contribuiu enormemente para a ansiedade do responsável local, que não poupou esforços em proporcionar uma boa cobertura de proteção ao importante convidado.

E assim Marcelo assobiou discretamente pela Ucrânia, conseguindo, mesmo aqui, tão longe e num tão dramático cenário, recolher adeptos para alimentar o seu conhecido vício por selfies.