Saga "Não demito ninguém"
Pintamos o Pai Natal Costa e Silva de vermelho
O vermelho do Pai Natal cai bem ao ministro do PRR
T78 - Dezembro 22
Acabamentos

Katty Xiomara

Katty bem queria vestir o Pai Natal com as cores da nossa selecção, embandeirado de vermelho e verde e um Menino Jesus de beicinho e brinco na orelha. Paciência… na próxima é que vai ser! Volta, por isso, à saga “Não Demito Ninguèm”, onde nos últimos episódios se destacou o outro Costa. O do PRR, forte, lutador e persistente e a demonstrar que seja por mar, por ar, ou por terra, nada o vai impedir de entregar as prendas neste Natal.

Tristemente, tenho de reconhecer a minha ingenuidade, pois pensei que nesta última edição do ano poderia vestir um Mister Pai Natal embandeirado de vermelho e verde e um menino Jesus de beicinho e brinco na orelha. Mas como todos já percebemos, o meu espírito crédulo e inocente enganou-se redondamente, a esperança morreu nos “quartos” e o título deste peculiar Mundial decididamente não gostou das nossas cores, por isso, seria masoquismo insistir nesta ideia.

Voltei, portanto, a concentrar-me na popular série de que vos falei na edição anterior, “Não Demito Ninguém”, que se aproxima cada vez mais do estilo inquisidor da afamada série da HBO “Guerra dos Tronos” onde algumas das personagens de maior relevância acabam por dar lugar ao dramático vazio. Da mesma forma, o PM tem “surpreendido” de forma insistente, com demissão atrás de demissão e desta vez, não foi uma, nem duas, mas três! Totalizando já sete desde o início do ano.

Depois de tanto alarido, a despedida do Secretário de Estado Adjunto do PM era de facto mais do que esperada, contudo, as outras duas demissões, não sendo surpresa, foram no mínimo fora de tempo. Mas seja como for, estas duas foram bem recebidas pelo ministro da Economia e do Mar, António Costa e Silva, que neste enredo surge como a personagem ideal para interpretar o nosso Pai Natal de 2022. 

Ele, que no seu Plano de Recuperação e Resiliência tentou fazer o melhor equilíbrio entre o otimismo, a realidade e o pessimismo, para pintar de números positivos o novo retrato de Portugal. Este Costa, que conheceu de perto a traição e a crueldade humana através da tortura e do encarceramento. Ele, que também saboreou o capitalismo e o poder empresarial das grandes corporações. Ele, que hoje equilibra as suas inquietudes entre a pasta da Economia e a pasta do Mar.

Este Costa forte, lutador e persistente, parece-nos perfeito para a tarefa, pois percebemos que, seja por mar, por ar, ou por terra, nada o vai impedir de entregar as prendas neste Natal. Nem sequer a força resiliente dos jovens ocupas climatéricos, que provavelmente já perceberam que se enganaram no ministério e no ministro, e que mesmo tendo Costa um currículo regado a petróleo, também já demonstrou a sua devoção pelo deus Sol.

Assim, pintamos o Pai Natal Costa e Silva de vermelho, que aliás, como ex-maoísta lhe assenta de maravilha, e enfiamos na sua esbelta figura um macacão justo e flexível com detalhes felpudos, acompanhado de importantes adereços. Dum lado, o saco de presentes esperançosos e do outro os duendes traquinas que se deixaram ficar infiltrados no seu ministério. Ou por lá perto, mas que felizmente para o nosso Pai Natal, acabaram por ser decepados nestes últimos episódios da temporada.

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