03 Junho 20
Indústria

António Moreira Gonçalves

Westmister já exporta máscaras seamless e produz em private label

“Se é para fazer, é para fazer bem feito”, foi com esta máxima que Luís Campos, fundador da Westmister, afirma ter partido das meias para as máscaras de protecção. A filosofia parece ter dado resultados, a marca criou um modelo seamless (sem costuras), que para além de acessório de moda, passou com distinção nos testes do CITEVE. A ideia antecipou até a entrada da marca no mercado mexicano e já há parceiros internacionais a pedirem projectos em private label.

A premissa de criar máscaras a condizer com as meias conduziu a marca portuguesa a produzir nas mesmas máquinas e com as mesmas matérias-primas que já conhece. “Logo à partida afastamos a hipótese de recorrer à confecção. Queríamos manter a mesma identidade e conseguimos criar um setup em que a máscara sai praticamente pronta da máquina”, explica o fundador da marca.

Produzidas sem costuras e compostas por duas camadas de 80% algodão e 20% poliamida, as máscaras contam com um filtro em TNT, que é substituível. Submetida a análise do CITEVE, a solução apresentou uma ótima performance: em termos de respirabilidade ou permeabilidade ao ar, apresentam um caudal médio de 14 litros por minuto (o requisito mínimo é 8) e uma capacidade de retenção de partículas de 82% (o mínimo é 70%). Índices que já garantiram a certificação até cinco lavagens mas que fazem prever mais. “Ao fim de cinco lavagens mantêm uma respirabilidade de 12 litros por minuto, o que nos faz esperar que a certificação possa ser prolongada a um ciclo maior de utilizações”, salienta o responsável da marca.

Para já a Westmister lançou três modelos no mercado – a condizer com três modelos de meias para homem – mas já tem mais em carteira. No sector masculino vamos continuar a criar padrões. Já desenvolvemos mais, aliás, mas no início só lançamos três para ver a aceitação. Para as senhoras, através da submarca Eutopia, vamos lançar uma nova colecção de meias que também vai incluir máscaras”, adianta Luís Campos.

O projecto tem atraído as atenções dos clientes e parceiros e já começa a trazer os primeiros resultados. “Temos algumas marcas internacionais com as quais trabalhamos que estão a estudar a hipótese de produzir em Private Label. Para além disso, tínhamos negociado a nossa entrada no México, através das department stores Liverpool, para a próxima estação, mas com as máscaras decidiram antecipar as encomendas”, afirma.

No entanto, Luís Campos relembra que o foco da marca continuará nas meias e que esta tem sido apenas uma oportunidade surgida na crise. Criada em 2016, a marca portuguesa de meias de luxo conta já com uma faturação média anual de 150 mil euros e tinha perspectivado para 2020 um reforço na sua expansão internacional. Apesar de vários contactos já estabelecidos com vários mercados europeus, como a Itália, Bélgica ou Holanda, a presença no retalho destes países viu-se por enquanto adiada pelas pandemia.

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