22 Outubro
Têxteis

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O têxtil foi ágil e rápido na reação à pandemia

A capacidade de resistência do sector têxtil esteve em destaque esta manhã na conferência Retomar Portugal, uma iniciativa conjunta BPI, JN e TSF. Foi uma reconversão crucial o desenvolvimento de equipamentos de proteção e a produção de máscaras sociais que são hoje exportadas para toda a Europa e EUA, reforçou o presidente da ATP, Mário Jorge Machado.

“O impacto da pandemia na moda online e nos circuitos de distribuição” foi o mote para o primeiro debate do ciclo de conferências que decorreu online e contou também com a participação do director geral do CITEVE, António Braz Costa.

A propósito da nova realidade imposta pela covid-19, Mário Jorge Machado começou por destacar a capacidade que as empresas do sector demonstraram quando, perante a falta de matéria prima na Europa para a produção de máscaras, procuraram novas soluções.

“A nossa postura foi a de procurar nos nossos materiais quais os que se podiam ajustar às novas necessidades. Foi um trabalho que se fez muito rapidamente e que foi crucial para os equipamentos que desenvolvemos, nomeadamente para a produção de máscaras sociais que, como sabemos, são hoje exportadas para praticamente toda a europa e também para os Estados Unidos”, explicou o líder da ATP.

A rápida adaptação à produção de equipamentos de proteção foi outro dos pontos destacados pelo director geral do CITEVE. “É preciso recordar que, no pico da pandemia, em Março e Abril, houve empresas que chegaram a estar em lay-off mas, assim que se aperceberam da oportunidade dos dispositivos de equipamento médico puseram mas à mão obra mesmo perante uma grande incerteza e desconhecimento. Em menos de um mês fizemos mais de mil combinações de materiais diferentes”, disse

Segundo Braz Costa “a dependência da China, a falta de matéria-prima para produzirmos na Europa máscara cirúrgicas foi um abanão” que o Ocidente não deve ignorar. Também por isso, o presidente da ATP lembrou que o futuro passa por uma economia circular, em que os têxteis em fim de vida serão ponto de partida para a criação de novos fios.

“É fundamental não deixar entrar na Europa produtos nocivos que não cumprem as mesmas regras que as empresas da indústria europeias são obrigadas, e bem, a cumprir”, frisou Mário Jorge Machado.

Além de Miguel Ribeiro, director-coordenador do BPI – que sublinhou também “a capacidade de resistência e a procura de novas áreas de negócios dos setores têxtil e calçado” -, o painel contou ainda com a intervenção do presidente da APPICCAPS, Luís Onofre, que destacou o facto do sector do calçado ter registado desde o início da pandemia uma quebra de apenas 17%, face aos 27% registados na média europeia.

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