09 julho 21
Fast-fashion

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França investiga marcas por ligação a trabalhos forçados

As marcas fast-fashion Zara, Uniqlo, Skechers e SMCP estão a ser alvo de uma investigação por parte do Ministério Público francês, que quer apurar as suas ligações com fornecedores acusados de não respeitarem os direitos humanos.

Uma fonte do sistema judiciário informou que os procuradores franceses abriram uma investigação sobre as quatro marcas por suspeitas de encobrirem crimes contra a humanidade na região chinesa de Xinjiang, noticiou a Reuters, adiantando que o procedimento está ligado a acusações contra a China sobre seu tratamento a membros da minoria muçulmana Uighur na região, incluindo uso de trabalhos forçados.

A mesma fonte indicou que a Uniqlo France, unidade da japonesa Fast Retailing, a proprietária da Zara, Inditex, a francesa SMCP e a Skechers são os alvos da investigação, confirmando uma reportagem do site francês Mediapart.

“Uma investigação foi aberta pela unidade de crimes contra a humanidade dentro da procuradoria antiterrorismo após a abertura de uma queixa”, disse a fonte.

A noticia avança ainda com as reações das visadas, com a Inditex a rejeitar as alegações, acrescentando que conduziu controles rigorosos de rastreamento e que vai cooperar totalmente com a investigação francesa.

“Na Inditex temos tolerância zero contra todas as formas de trabalhos forçados e estabelecemos políticas e procedimentos para garantir que essa prática não aconteça na nossa cadeia produtiva”, disse a empresa em nota, enquanto a SMCP informou que também vai cooperar com as autoridades francesas para provar que as acusações são falsas.

A Uniqlo France não se mostrou imediatamente disponível para comentar, tendo a Skechers faz comentários sobre uma investigação em curso, remetendo para uma declaração de março, na qual a empresa afirma que mantém um código de conduta rígido em relação a fornecedores.

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