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É o reencontro com a London Textile Fair, que esta terça e quarta-feira volta ao contacto público e à fileira da moda britânica. É no Business Design Centre, em Islington, que as têxteis Fitecom, Lemar e Fábrica de tecidos Vilarinho apresentam as suas coleções Outono-Inverno para 2022-23. O made in Portugal à conquista de Londres.
Um regresso ao modelo presencial que, por isso, gera natural expectativa. O mercado britânico é tradicionalmente muito representativo no universo de clientes da Lemar, mas estes são ainda tempos de incerteza. “As expectativas são realistas, esperamos o melhor tendo em conta a nossa carteira de clientes nesse país . O cliente inglês é por natureza resiliente e proactivo e os laços com o tecido industrial português são bastante estreitos”, confia Flávio Dias, o responsável pelas relações com o Reino Unido.
E se “mesmo durante os últimos 18 meses pouco ortodoxos” as encomendas registaram números francamente positivos, há ainda o contexto Brexit e “ninguém sabe ao certo quanto os efeitos do Brexit poderão ter sido camuflados pela pandemia”, acautela o representante da Lemar.
Presença habitual na London Textile Fair, a Fábrica de Tecidos Vilarinho, estará representada com os seus artigos de camisaria, nomeadamente flanelas. Ivone Ribeiro, comercial da empresa, mostra-se igualmente cautelosa. “Há cerca de um mês as pessoas estavam mais otimistas, mas agora com o aumento do número de contágios estão a retrair-se novamente”, avança, confiante na resposta aos muitos convites que endereçaram aos seus habituais clientes.
Quanto à Fitecom, João Carvalho confia que a passagem ao presencial traga uma dinâmica diferente: “Há de facto uma expectativa que estas feiras consigam imprimir uma dinâmica a curto e médio prazo como aquela que existia antes da pandemia”. E o administrador justifica essa confiança com as mais recentes experiências de regresso ao contacto com o público. “As feiras de Paris e Milão, sobretudo a de Paris, superaram as expectativas, vamos ver se esta não se deixa ficar para trás”, remata.
Quanto ao efeito Brexit, o líder da Fitecom é pragmático. “Exportamos quase tudo, tanto para a Europa como fora da Europa, portanto, estamos habituados a lidar com países fora da União Europeia. O Brexit não é uma barreira, a burocracia ultrapassa-se facilmente desde que haja vontade”, garante.
A participação das empresas portuguesas PME na London Textile Fair é enquadrada pelo From Portugal, uma iniciativa da Selectiva Moda e da ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, que visa promover a internacionalização das empresas portuguesas da área da Moda. O projeto From Portugal é co-financiado pelo Portugal 2020, no âmbito do Compete 2020, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.