29 junho 21
Euratex

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Ecossistema têxtil europeu está obrigado a ser eficiente

A estratégia europeia para o relançamento do sector têxtil europeu assenta em três pilares fundamentais: atingir a liderança global enquanto indústria sustentável, aumentar a eficiência do conjunto das empresas europeias e apostar na criação de um mercado partilhado por todos os operadores de cada sub-sector, segundo esclareceu o presidente da Euratex, Alberto Paccanelli, no âmbito do Simpósio da indústria têxtil esta tarde organizado pela ATP.

Num ecossistema composto por cerca de 160 mil empresas – que geram receitas de 162 mil milhões de euros, exportações de 61 mil milhões e dão emprego a mais de 1,5 milhões de pessoas – a existência de critérios comuns para o desenvolvimento é fundamental, refere o presidente daquela associação europeia, nomeadamente numa fase em que o grande desafio é ultrapassar os constrangimentos impostos pela pandemia de Covid-19.

E se em termos de sustentabilidade os principais itens para o desenvolvimento já estão identificados – reciclagem, estandardização, economia verde e alteração do paradigma de consumo – Paccanelli afirmou que falta ainda chegar a um patamar superior em termos da digitalização enquanto mecanismo indutor “de programas de inovação que possam ser partilhados pela indústria têxtil e de vestuário numa ótica europeia”. No final do processo, diz aquele responsável, está “a redução da dependência da União Europeia de matérias-primas extra-europeias”.

Quando esse desiderato for atingido, o sector estará então em condições de desenvolver uma agenda regional (da EU) estratégica que lhe permitirá aumentar a exposição aos mercados globais “com enfoque nos Estados Unidos”, mas também “no Mercosul e em África”.

Mas Alberto Paccanelli não se esqueceu de acentuar que os têxteis e vestuário da União Europeia são apenas uma pequena parte do ecossistema industrial europeu – que agrega um conjunto de 14 sub-sistemas. Nesse quadro, a aposta global da União revela-se gigantesca e demorada em termos de implantação, mas, como sublinhou, a pandemia acabou por induzir a necessidade imediata de resposta. Ou seja, perante a emergência, a fase do debate e da conceção de modelos já ficou para trás. Agir é o passo seguinte.

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