01 junho 21
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Como a Inarbel agarrou o negócio das batas hospitalares

Foi com o fabrico de batas hospitalares que a Inarbel conseguiu dar a volta à pandemia, adiando a remodelação das instalações e investindo numa nova linha de produção. E se em 2020 a empresa até acabou por aumentar a faturação, “agora é que vamos ver onde isto vai parar”, interroga-se o CEO da empresa, José Armindo Ferraz.

Descrita como “a fábrica que cresceu e ‘vestiu’ as batas”, a têxtil do Marco de Canavezes mereceu na edição desta segunda-feira, dia 31 de maio, a atenção do Jornal de Negócios, que lhe dedica um longo artigo com José Armindo Ferraz em pano de fundo.

Explicando que “as malhas que a Inarbel tece há quase 40 anos deram lugar a batas em tempo de pandemia”, o jornal mostra como “esta empresa têxtil de Marco de Canaveses revirou os planos de modernização que tinha para 2020 e conseguiu até aumentar a faturação, embora os lucros tivessem ficado prejudicados com as mudanças”.

O CEO José Armindo Ferraz mostra como uma quebra inicial de 60% a 70% na produção se acabou por reverter, tendo a empresa conseguido “arrecadar um volume de negócios de 9 milhões de euros em 2020, mais do que os 8 milhões do ano anterior. O aperto fez-se antes notar nas margens, e o lucro foi inferior ao de 2019”.

Mas se durante a pandemia foi possível contornar os danos, “agora é que vão ser elas. Agora é que vamos ver onde isto vai parar”, questiona o empresário, que se confessa “extremamente preocupado” com o ano de 2021 já que a pandemia ainda não acabou e o Estado tem que colaborar para que dentro de dois a três anos o setor possa estar de novo em alta.

Nesse sentido, José Armindo Ferraz diz que “os apoios que vêm para Portugal devem apostar em grande nas micro, pequenas e médias empresas”, tendo em conta a representatividade que estas possuem no tecido empresarial. “É importante que estas empresas consigam rejuvenescer com investimento que lhes permita tornarem-se mais competitivas”, defende.

Por outro lado, o CEO da Inarbel dá conta de que um dos maiores entraves à recuperação está as ser as dificuldades em contratar. “As encomendas chegam muito tarde, mas querem-se entregas para já, o que impõe um reforço na cadeia de produção que não se está a conseguir concretizar, não por falta de infraestrutura, mas sim de mão-de-obra”, relata.

Às dificuldades em contratar soma-se o rápido agravamento dos custos de produção. O empresário conta que “de 2020 para 2021, notei um aumento nos custos relacionados com matérias-primas e energia de cerca de 30%”, custos que não pode passar para a fatura dos clientes.

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