05 novembro 20
E-commerce

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Alibaba prepara-se para entrar no capital da Farfetch

O gigante chinês do comércio online, a Alibaba, pode ser o próximo acionista de referência da Farfetch – empresa especializada no e-commerce de artigos de luxo e criada pelo empresário português José Neves. O negócio foi anunciado pelo site de notícias ‘The Information’ e fez disparar as ações da Farfetch, cotadas em Wall Street – e que hoje atingiram um máximo de 35,50 dólares por ação.

O gráfico de cotação das ações é o melhor instrumento de confirmação do negócio: segundo os analistas do mercado de capitais, se a informação fosse falsa, a Farfetch teria que se ter apressado a informar os investidores – sob pena de ser acusada de não impedir especulações. Como não o fez, o mercado incorporou a informação como verdadeira, o que fez com que as ações da Farfetch estejam esta semana a bater máximos que só comparam com as semanas a seguir à sua entrada em bolsa, em setembro de 2018.

Segundo o ‘The Information’ os dois grupo podem estar a negociar a criação de uma joint venture chinesa – que, como disse ao T Jornal o Chief Operating Officer (COO) da Farfetch, Luís Teixeira, em entrevista recente, é um mercado prioritário para a empresa.

O envolvimento da Alibaba com a Farfetch pode ainda despertar o interesse da suíça Richemont, proprietária da Cartier e da relojoeira Montblanc, pelo grupo nacional. A Richemont está associada à Alibaba na criação de aplicativos para o e-commerce e pode também estar a considerar investir na Farfetch juntamente com a gigante chinesa de comércio eletrónico.

A Farfetch tem entre os seus investidores com posição relevante a JD.com e Tencent Holdings, concorrentes da Alibaba, mas os termos dos acordos que as envolvem com o grupo de José Neves não impedem, segundo o ‘The Information’, a entrada da Alibaba no capital da empresa cotada em Nova Iorque. O grupo chinês pode investir até 300 milhões de dólares (257,5 milhões de euros) na retalhista online de moda de luxo – cujas app’s de compras contam com 874 milhões de utilizadores mensais ativos na China.

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