Ainda a viver num contexto em que temos dificuldade em aceitar como não ficção a atual ordem das coisas e em que ainda não conhecemos a dimensão total do impacto desta pandemia, não é fácil perspetivar o futuro
A atividade de captar tendências envolve observar o passado próximo e o presente para compreender os sentimentos dos consumidores, as suas novas prioridades, potenciais comportamentos de consumo.
“Eu adquiri todos aqueles hábitos novos”, diz o Capitão ao menino em “O Amor em Tempos de Cólera”, de Gabriel Garcia Marquez.
Indiscutivelmente, as marcas têm que justificar a sua existência oferecendo não só narrativas e produtos honestos e sustentáveis, mas também, e especialmente hoje, artigos de têxtil e vestuário sintonizados com a nova ordem das coisas – trabalho/emprego, sociedade, economia – e com as emergentes necessidades das pessoas, designadamente itens que beneficiem o seu atual e futuro quotidiano – que corresponderá ao novo normal – e o seu bem-estar físico e emocional.
E a espera (da quarentena) serve para aumentar o desejo.
Conceitos como funcionalidade, durabilidade, versatilidade, intemporalidade, familiaridade, conforto apresentam- se como dos mais relevantes.
Soft & Minimal é a designação de uma das orientações que destacámos para Primavera/ Verão 21 na última edição da MODTISSIMO. Tendência em que se valorizam as cores neutras e tranquilas, os materiais têxteis com uma estética contida e sensível em que as dimensões utilitarismo e comodidade se complementam.
Nesta linha, a THE ROW é uma luxuosa e conceptual marca, high end, a observar. As suas propostas são suportadas por uma visão à margem do espaço das tendências sazonais, combinando materiais têxteis de qualidade excecional com formas de vestuário utilitárias, simples, mas rigorosamente construídas e que apresentam subtis e impecáveis detalhes.
Um estilo clássico contemporâneo, sublime no que respeita ao conforto e à elegância, com soluções multifacetadas que servem o dia a dia, hoje e amanhã, no espaço urbano público, no escritório ou em casa.
Na incerteza, a prioridade dos designers e das marcas deverá ser desenhar peças essenciais, funcionais, de contornos minimais e de tal forma versáteis que permitam aos consumidores construir distintos coordenados em função das suas necessidades e da sua identidade; na insegurança, o foco dos designers e das marcas deverá ser propor peças que confortam as pessoas física e emocionalmente; na crise, a missão dos designers e marcas deverá ser entregar peças sustentáveis e duradouras pelo justo valor.