T76 - Outubro 22
Empresa

O preço ainda é uma luta, mas a Riscas Sucessivas já não está nessa guerra

Riscas Sucessivas é uma empresa que está ainda a celebrar o quinto aniversário mas que este ano deverá fechar contas com vendas a rondar 1,5 milhões, duplicando 2020 e com um crescimento de 30% face ao ano passado.

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O Ferrari de Ana Machado não tem rodas e esse é um dos segredos que está na base do sucesso da Riscas Sucessivas, empresa que está ainda a celebrar o quinto aniversário mas que este ano deverá fechar contas com vendas a rondar 1,5 milhões, duplicando 2020 e com um crescimento de 30% face ao ano passado. 

Ana é a jovem CEO da empresa e o seu Ferrari é a máquina último grito que é capaz de fazer múltiplas operações com um grau de perfeição que deixa surpreendidos todos os clientes. “Trabalhamos com uma gama média-alta, com tecidos nobres e delicados, e temos até peças com botões Swarovski que a máquina consegue pregar. Normalmente têm que ser cozidos à mão, mas nós conseguimos fazer com a máquina, é um troféu nosso”, orgulha-se a dona da empresa.  

Mas não são só os botões, o investimento contínuo em equipamentos faz da Riscas Sucessivas uma máquina afinada e capaz de responder aos mais exigentes desafios. É através de agentes que conhecidas marcas como Bimba & Lola, Puruficacion Garcia, Max Mara ou Rita Raw. “Somos procurados e distinguidos pelo que fazemos com tecidos delicados como sedas e organzas e temos também uma equipa de design e modelação para responder aos desafios de alguns clientes, sugerimos tecidos, propomos alterações”, destaca Ana Machado, que foi roubada aos bancos da faculdade quanto se preparava para uma carreira jurídica. 

Com a família há muito dedicada à confecção, o mundo dos trapos nunca lhe foi estranho. Primeiro focada na camisaria, a mãe começou depois a derivar para os tecidos e sedas com a confeção de blusas e vestidos o que fez com que Ana tivesse crescido entre as sucessivas riscas do design, da modelação e da confecção. 

“Chegou uma altura em que a minha mãe precisava de apoio, era preciso acompanhar a parte mais técnica”, conta. E como a atração pela moda sempre foi mais forte que a vocação pelo Direito, a decisão não foi nada difícil. Nascia, assim, em 2018 a empresa e parecia óbvia a designação social. Afinal, toda a vida de Ana tinha até aí sido feita entre as riscas sucessivas da actividade da mãe. 

A par da vertente técnica e do apetrechamento com maquinaria último grito, o foco esteve também no desenvolvimento de novos produtos, na orientação para novos mercados e clientes. Hoje as encomendas chegam também de destinos como França ou Suécia e a par das roupas delicadas também colecções de outras peças, como calças de ganga. 

“Temos crescido muito bem e a procura é cada vez maior, actualmente não conseguimos aceitar todas as encomendas”, conta a empresária dando conta que estão já a subcontratar serviços. “Trabalhamos com uma dúzia de empresas mas queremos contratar mais e crescer, o problema é a falta de mão de obra”, um enytrave que é também interno, pelo que a Riscas Sucessivas está aberta à admissão de aprendizes. “Afinal, grande parte das nossas costureiras começou aqui”, diz. 

Quanto ao crescimento, “tem a ver com a qualidade e capacidade e resposta naquilo que fazemos, mas também a crescente procura pelo made in Portugal associada ao regresso à produção de proximidade”, avança Ana, dando conta que “o preço ainda é uma luta” mas que tem recusado clientes em que o objectivo é apenas o preço. 

Numa altura em que, de forma indirecta, toda a produção vai para a exportação, o objectivo é que metade das encomendas passem a ser executadas de forma direta pela Riscas Sucessivas. “Sem prazos, o caminho faz-se caminhando”, mas com a meta de que mais cedo que tarde metade da produção assente na relação direta com os clientes finais. Um caminho que começou em cada, com a presença no MODTISSIMO, “que correu muito bem”, a que se seguirá a visita a feiras como Momad e Première Vision.

A Empresa

Riscas Sucessivas
Travessa da Avenida São Gonçalo 36 
4620-316 Macieira, Lousada

 

O que faz? Confeção de vestuário feminino Início da actividade? 2018 Exportações 100%, de forma indirecta Capacidade de produção 600 peças diárias Instalações Pavilhão com mais de 1.600m2 Plantel 65 colaboradores Faturação Fecho de contas deste ano aponta aos 1,5 milhões

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