T48 - Novembro 19
Empresa

Levados de arrastão pelos seus clientes

O grande boom foi em 2013, o ano em que investiu a sério na automatização da fábrica e as vendas deram um salto de 46%. De então para cá tem sido sempre a subir, com aumentos do volume de negócios sempre na ordem dos dois dígitos. Para este ano, os sócios da Crafil (Vitor Lopes, 45 anos, e António Novo, 53 anos) projectaram um crescimento mais modesto, na ordem dos 5% a 8%. Enganaram-se….

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A Crafil vai voltar a crescer a dois dígitos. “Estamos a ser levados de arrastão pelos clientes”, confessa Vítor Lopes, um comercial que tinha feito carreira na Linhas Casais quando, na sequência da insolvência desta empresa, arriscou fundar a Crafil tendo como ponto de partida a carteira de clientes que construíra.

“Temos de aproveitar enquanto dá …”, acrescenta o pragmático Vítor, orgulhoso de um caminho de 15 anos, que transformou uma pequena firma comercial, criada em Riba d’Ave, numa empresa industrial com uma filial na Tunísia e que se distingue no panorama internacional pela sua capacidade de inovação.

“Uma rápida capacidade de resposta e preços competitivos são a base da nossa competitividade, mas não posso deixar de ficar satisfeito quando verifico que somos mais procurados pelas nossas inovações do que propriamente pelo preço”, afirma o fundador da Crafil.

O início foi muito duro. “Não éramos conhecidos”, explica Vítor. Começaram com duas máquinas muito velhinhas, a que juntaram mais três, semi-automáticas, trazidas por António Novo. Mas a ambição era grande e dois anos volvidos sobre a fundação, já tinham posto um pé na Tunísia, para estarem próximos das fábricas onde os seus clientes confeccionam os produtos.

A especialização no denim foi uma opção acertada, a que os irmãos Vila Nova deram gás. “Foi a Salsa que nos abriu a portas do mundo do denim”, confessa Vítor. Mas 2013 foi o ano do grande salto em frente, com a automatização total da produção, um caminho que conheceu um novo e decisivo desenvolvimento quando, no início do ano passado, mudou de Riba d’Ave para novas instalações em Oliveira São Mateus, com uma área coberta superior a 1 800 m2.

“Precisávamos de mais espaço. Onde estávamos não tínhamos sequer condições para receber os nossos clientes”, diz Vítor Lopes, sócio de uma empresa que tem feito surf em cima da onda da sustentabilidade.

“Em 2014 fomos pioneiros, a nível mundial, no fabrico de uma linha 100% reciclada”, recorda, acrescentando que o alfa e ómega da estratégica da Crafil consiste em fugir do produto básico e apostar no de valor acrescentado.

A linha de costura de poliester de alta qualidade 100% reciclada a partir de um polímero de garrafas de plástico PET é um dos exemplos desta estratégia, que pressupõe uma política continuada de investimento.

“Nos últimos cinco anos investimos cerca de 1,5 milhões de euros em máquinas de bobinar, etiquetar, embalar, etc. Já este ano, investimos num programa de gestão de stocks e numa nova máquinas de etiquetar a cores. E estão para chegar novas máquinas de bobinar da última geração“, conclui Vítor Lopes, um empresário que está a ser levado de arrastão pela sua clientela.

A Empresa

Crafil
Rua das Casas 386
Oliveira São Mateus
4765-720 Famalicão

O que faz? Linhas de costura para denim Exportação 65% da produção Principais mercados Tunísia, Marrocos, Paquistão e Turquia Algumas marcas clientes Tommy Hilfiger, Salsa, Pepe Jeans, Calvin Klein Fundação 2004 Trabalhadores 16, em Portugal, mais seis, na Tunísia  Volume de negócios 2,3 milhões de euros

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