9 Fevereiro 2018
Costura

Raposo Antunes

Vencedora do “Cosido à Mão” abre atelier em Guimarães

Carla Costa, a vencedora do concurso da RTP “Cosido à Mão”, vai abrir um atelier em Guimarães, tendo já criado para o efeito uma empresa/marca à qual deu o nome de “Carla Costa Atelier” que já está disponível na Internet, através da rede social Facebook.

Não perdeu tempo a vencedora desta iniciativa do canal público, que contou com o patrocínio do T Jornal ao oferecer um estágio numa empresa e uma visita à Première Vision de Paris. Menos de uma semana depois de terminar o concurso, já tem dois sítios em perspectiva na cidade Guimarães para localizar o seu atelier, criou a sua empresa, e quem estiver interessado em seguir o seu percurso profissional já pode fazê-lo no Facebook.

O modelo de negócio gizado por Carla Costa, 44 anos, passa por ter no seu atelier uma colecção de tecidos, que as suas clientes escolherão, desenvolvendo depois Carla as respectivas peças de vestuário para mulher. “Não sou estilista, não sou designer, sou costureira”, diz a vencedora do “Cosido à Mão”, reconhecendo que, tal como as sessões do concurso mostraram, o seu “ponto fraco é a criatividade”.

O que alegadamente lhe falta em criatividade é superado pela sua capacidade de iniciativa e empreendedorismo, como se vê. Menos de uma semana depois do fim do concurso, Carla Costa já está no terreno. “Esta terça-feira fui ver mais um sítio em Guimarães para montar o meu atelier”, revela esta mulher, mãe de três filhos – o João, 20 anos, que frequenta o 3.º ano de Engenharia Electrotécnica na FEUP; o Pedro, de 19 anos, caloiro de Medicina, e a Carolina de 12 anos, que anda no sexto ano.

Foi no fundo o papel de mãe de três filhos e de mulher que mudaram o rumo da vida de Carla Costa. “Faço costura desde que me lembro. Deixei de estudar no sexto ano, quando tinha 14 anos, e fui trabalhar como assistente de costureira na empresa Malhas Triamitex até aos 17 anos”, recorda.

Quer o percurso pessoal como o profissional de Carla Costa sempre esteve ligado a Guimarães e a Fermentões, uma freguesia próxima do centro desta cidade, onde reside. “Depois da Triamitex, uma funcionária desta empresa convidou-me para ir trabalhar com ela numa confecção que abriu para o trabalho a feitio. Tinha então 17 anos. Para aí já fui como costureira”, descreve.

O seu percurso profissional seria interrompido quatro anos depois quando casou e teve o primeiro filho aos 21 anos. “Conheci o meu marido aos 15 anos e casamos seis anos depois. Ele (Ricardo Rodrigues) tem uma empresa de montagens eléctricas. Ganhava o suficiente para eu deixar de trabalhar e dedicar-me aos filhos e à família”, diz Carla.

Mesmo durante o período em que trabalhou nas fábricas, a vencedora do “Cosido à Mão” costurava também em casa, fazendo peças para clientes, e evoluindo sempre nesta arte. “Claro que com os filhos pequenos, o meu trabalho de costureira foi abrandando – queria tratar deles”, observa.

Com a ida para a Universidade do Porto dos dois filhos mais velhos (ambos também residem no Porto), Carla recomeçou nas lides na costura. “Somos cinco irmãos, quatro raparigas e um rapaz, a mais nova das minhas irmãs, que trabalha numa empresa de têxteis-lar, estava sempre a picar-me para me dedicar a esta arte. E foi ela que acabou por me inscrever no concurso da RTP”, revela.

O futuro imediato já está decidido – o atelier em Guimarães. Quanto aos prémios que obteve, o pecuniário (cinco mil euros) já tem destino. O estágio na empresa, patrocinado pelo T Jornal, ainda não sabe se o irá fazer. “Não sei se será possível conciliar o estágio com o atelier que estou a lançar”, explica, interrogando-se mesmo: “É que se é um estágio de costureira, isso não adianta nada porque isso sou eu. Quando muito se fosse algo mais ligado ao modelismo ou à criação podia aprender alguma coisa. Mas tenho que ver mesmo assim se posso ou não conjugar a minha actividade com esse estágio”.

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