10 Maio 21
Sustentabilidade

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Upcybom: Marketplace de upcycling chega a Portugal

Chama-se Upcybom e é um Marketplace internacional dedicado ao comércio de excedentes de produção. A plataforma, que na Ásia conta já com muitas empresas entre os utilizadores, entrou agora em Portugal e está a recrutar empresas de todos os setores da ITV para criar uma rede de escoamento de stocks mortos.

Com uma experiência de 20 anos no setor têxtil – passou por empresas como a Carditex, o Grupo Texeurop e o Grupo Valérius – Manuel Oliveira acredita que há muito valor esquecido nas empresas têxteis portuguesas. “Existe sempre stock entre as encomendas de matérias-primas e o consumo real, e provavelmente sempre existirá. E estamos a falar de dinheiro que fica parado em armazém”, lembra. A Upcybom avança mesmo com uma estimativa do total de stock inativo à espera de ser recuperado: 100 mil milhões de euros, distribuídos pelos armazéns têxteis de todo o mundo. “Pode ser uma nova fonte de receita”, lembra Manuel Oliveira.

A plataforma Upcybom procura assim ser um catálogo para todos estes excedentes, permitindo às empresas encontrar clientes para estas quantidades mais pequenas. “As fábricas podem colocar esse stock no site, e marcas e estilistas vão consultar a matéria-prima. Para as empresas é a oportunidade de escoar o stock, para os clientes é a chance de encontrar algo que está imediatamente disponível e representa uma aposta sustentável, representa a utilização de materiais em fim de vida, que de outra forma seriam desperdício”, explica Manuel Oliveira.

Através da plataforma Upcybom, quando um fornecedor coloca um produto do seu stock online,  os seus clientes recebem instantaneamente uma notificação e, ao contrário, quando os compradores procuram um produto que não se encontra online, podem criar um alerta e enviar uma notificação daquilo que pretendem a todos os fornecedores.

A meta do Marketplace é chegar a todos os subsectores da moda, desde as matérias-primas ao produto acabado. “Podemos falar de tecidos, malhas, peças acabadas e acessórios, quer para as várias áreas da moda, como do calçado”, explica Manuel Oliveira.

A plataforma conta já com um vasto catálogo de excedentes têxteis nos mercados asiáticos, mas o objetivo agora é chegar à indústria europeia. “Este é um negócio que faz sentido pela compra local, que é também um gesto de maior sustentabilidade. E a indústria nacional tem uma posição de vantagem perante as marcas europeias”, lembra o representante português do projeto. “Para as marcas e designers portugueses é também uma nova ferramenta para afirmarem aquilo que já é uma imagem da indústria portuguesa: a moda sustentável”, remata.

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