15 Junho 20
Indústria

António Moreira Gonçalves

Trim NW tem novos tipos de TNT e aumenta produção

Habituada a produzir Tecido-Não-Tecido (TNT) quase em exclusivo para o setor automóvel, a Trim NW descobriu na confecção de equipamentos de protecção individual um novo mercado. Dois meses depois, começa a sentir sinais de retoma no seu negócio tradicional, mas continua focada no mercado da saúde. Acaba de receber a certificação do CITEVE para mais dois produtos de TNT e está a ultimar uma nova linha de produção que vai permitir aumentar a sua capacidade de fabrico para os 750 000 m2 por semana.

É o relato de uma adaptação que foi semeada cedo e que já dá frutos. Se em março, a Trim NW viu muitos dos seus clientes na indústria automóvel a reduzirem ou suspenderem atividade, neste momento Rui Lopes, CEO da empresa, acredita até numa “ligeira subida” na faturação anual, que em 2019 atingiu os 3,6 milhões.

Para isso, a empresa está a alargar a sua oferta na área do TNT, matéria-prima utilizada na confecção de batas, fatos, cogulas e outros equipamentos de proteção hospitalar. Na semana passada certificou mais dois modelos junto do CITEVE. “São produtos para a mesma função, a confecção de EPI, mas com características ligeiramente diferentes. São mais leves, mais práticos e vão ter um preço mais concorrencial. O nosso primeiro produto tinha um peso mais alto do que tradicionalmente é utilizado nesta indústria”, explica o responsável pela empresa de Santarém.

Para além da variedade e da especialização – “esta era uma área nova para nós”, lembra Rui Lopes – a Trim NW está também a aumentar a sua capacidade produtiva, que com a abertura de uma nova linha vai atingir os 750 mil metros quadrados por semana. “São máquinas que já tínhamos, que estávamos a preparar para outra área de negócio, mas que fizemos pequenos ajustes para esta área. Já fizemos testes e estamos neste momento nos últimos ajustes para estar operacional”, adianta o empresário.

Uma produção que é dirigida quase na totalidade para a indústria portuguesa, com muitas confecções nacionais a terem redirecionado as suas máquinas para o vestuário hospitalar. No entanto, a Trim NW – que em 2019 exportou 99% de toda a sua produção – tem também já alguns contactos de fábricas em Espanha, Itália e Inglaterra a inquirirem por estes novos modelos de TNT.

Sinais que, conjugados com o regresso da indústria automóvel, permitem à empresa olhar para 2020 ainda com algum otimismo. “O negócio automóvel está já a arrancar, mas ainda numa fase muito inicial, a desenvolver-se muito lentamente. Os nossos clientes já arrancaram, mas ainda com pedidos muito pequenos, porque têm stock. Até Agosto não prevemos que a situação se altere significativamente, mas a partir de Setembro temos esperança num regresso à normalidade”, adianta Rui Lopes.

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