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A BB-Vein – uma tecnologia exclusiva e patenteada que permite a administração gradual de medicamentos através da pele – é a menina dos olhos da Barcelcom e uma aposta estratégica que se compreende quando se sabe que o mercado de têxteis técnicos para a saúde já vale 200 biliões de US dólares/ano e vai crescer ainda crescer 50% até 2020.
Desenvolvido em parceria com o CeNTI ao longo dos últimos cinco anos, o BB-Vein foi um dos dois produtos vedeta apresentados pela empresa de Barcelos na última edição da ISPO, onde esteve integrada no projeto From Portugal, promovido pela Selectiva Moda.
O novo produto recorre à nanotecnologia para aplicar na estrutura de uma fibra (de meias ou mangas, por exemplo) um receptor molecular permanente, que pode reter e libertar lentamente, ao longo das 24 horas do dia, medicamentos previamente pulverizados com um spray no interior da peça.
Já testada com anti inflamatórios e analgésicos, a BB-Vein permite uma mais fácil e rápida recuperação de patologias como a popularmente designada como “cotovelo do tenista”, que atravessa um período de crescimento exponencial, em consequência da moda do padel – modalidade onde os praticantes usam raquetes sem cordas, pelo que o impacto da bola é cinco vezes mais violento do que nas de ténis.
“A tecnologia BB-Vein permite a ativação local e direta de um medicamento na pele, que é o maior órgão do corpo humano, daí que tenha um enorme mercado potencial”, afirma Gaspar Sousa Coutinho, CEO da Barcelcom, uma empresa com 97 anos de idade que está aí para as curvas, até porque na viragem do século, para se manter competitiva, apostou na inovação começando a usar a tecnologia de compressão graduada nas meias quer produz.
Além do desporto, onde apresenta vantagens óbvias na recuperação de lesões, a BB-Vein tem aplicações na cosmética (em tratamentos anti-rugas, por exemplo) ou no tratamento de queimados com hidratantes.
Umas meias com eletro-estimulação, desenvolvidas em parceria com a Universidade do Minho, foram a outra grande novidade que a Barcelcom apresentou em Munique, na maior feira do mundo de artigos desportivos.
O treino e a competição desportivos – um segmento que a empresa liderada por Gaspar Sousa privilegia e onde está a crescer mais, a um ritmo de 10% ao ano – são o mercado alvo das meias com eletro-estimulação, que permitem recuperações dez vezes mais rápidas do cansaço muscular que os métodos tradicionais, dispensando ainda o atleta da maçada de ter de estar imobilizado e deitado para receber a fisioterapia.
Com 90 trabalhadores e um volume de negócios de 2,2 milhões de euros, a Barcelcom é uma das mais antigas fábricas de meias da Europa em atividade porque teima em se recusar a perder o comboio da inovação.