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A Top Trends vai levar à Alemanha – mais propriamente à Munich Fabric Start, que decorre de 3 a 5 de setembro – uma nova etiqueta, a Care, que passará a ser a imagem de marca sustentável da empresa. São produtos confecionados a partir do Tencel, uma fibra sustentável e reciclável “cada vez mais procurada pelo mercado”, disse ao T Jornal o administrador da empresa, Daniel Simões.
Neste momento, os produtos em Tencel já respondem por cerca de 20% da facturação da empresa – que em 2018 ascendeu ao meio milhão de euros – “e prevemos que em 2020 essa percentagem cresça para entre 30% a 40%”, disse ainda Daniel Simões, explicando que, de algum modo, a Top Trends especializou-se na utilização de Tencel. “Não precisámos de investimentos em maquinaria, mas fizemos internamente investigação para compreendermos a forma de utilizar aquela matéria-prima; fomos aprendendo com os erros”, explicou.
O Tencel é o nome comercial de uma fibra liocel criada pela Lenzing, proveniente da utilização de madeira (geralmente eucalipto) cultivada em áreas florestais não adequadas para a agricultura. O eucalipto é uma espécie de crescimento rápido e fácil, que não precisa de irrigação artificial, pesticidas ou fertilizantes. Também requer entre 10 a 20 vezes menos de água que o algodão, outro fator pelo qual o Tencel é mais sustentável do que esse material.
A sustentabilidade do Tencel está certificada pelo facto de ter conseguido da União Europeia um prémio pelo processo de produção sustentável, uma vez que 99,7% dos solventes utilizados são reciclados – não sendo perigosos para a saúde humana e não tendo quaisquer substâncias tóxicas.
A Alemanha é precisamente um dos mercados de exportação mais importantes para a Top Trends – juntamente com Espanha, França, Holanda e Itália, que em conjunto já têm um peso de 40% no volume de negócios. “Uma das estratégias da empresa é a de aumentar a facturação nos mercados externos”, área onde o Tencel tem uma aceitação cada vez mais firme – sendo, por outro lado, capaz de gerar margens de negócio mais atrativas que outras soluções concorrentes.
O tecido Tencel tem propriedades únicas quando se trata de absorção de humidade, libertando-a para o exterior. Isso impede a formação de bactérias, especialmente em comparação com os tecidos sintéticos como a poliamida e o poliéster. É também um material hipoalergénico, sendo por isso usado em vestuário médico. É também usado como material para o setor da cosmética.
Daniel Simões admite que o Tencel “é ainda uma matéria-prima pouco conhecida, um pouco mais cara”, mas também por isso “é uma mais valia em termos financeiros”. A empresa surgiu em 1991, mas uma remodelação profunda em 2013 permitiu abrir novos horizontes e apostar em novos produtos – para além do investimento nas exportações.