13 maio 19
Indústria

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TMG Automotive deverá atingir 130 milhões em 2019

Isabel Furtado, CEO da TMG Automotive (Grupo Têxtil Manuel Gonçalves) e desde há um ano presidente da COTEC Portugal, afirmou, em entrevista ao jornal Dinheiro Vivo, que tem a expectativa de fechar o ano com uma faturação de 130 milhões de euros (123 milhões no ano passado). Isabel Furtado afirmou que o mercado da China é, para a TMG, incontornável, tanto em termos dos grupos europeus que ali têm fábricas, como das marcas chinesas, cada vez mais globais.

Licenciada em Economia pela Universidade de Manchester, com especialização em Tecnologia Têxtil – Isabel Furtado disse ainda que um dos maiores esforços internos no seio do grupo empresarial é mantê-lo aliciantes “para as carreiras profissionais dos mais qualificados e dos não tão qualificados que se qualificam dentro de portas”.

Admitindo que “hoje, na indústria, não há pessoas não qualificadas”, Isabel Furtado afirmou que, na TMG, “temos dois tipos de necessidades: pessoal qualificado – precisamos de mais engenheiros, sim, mas não somos só nós, Portugal todo precisa de mais engenheiros – e pessoal de chão de fábrica, que preferimos formar internamente”.

Esse esforço adicional tem de ser compensado com a permanência dos recursos humaos no seio do grupo depois de qualificados, o que por vezes não é fácil. “Sermos uma empresa familiar que consegue transportar os seus valores e ética para a companhia. Ou sermos, na área automóvel, das que têm mais mulheres do que homens a liderar: temos 52% de mulheres em gestão (…) e termos uma tradição na zona do Vale do Ave de sermos uma empresa estável, o que alicia as pessoas a lá ficarem”, são as chaves desse sucesso.

Recordando que “deixou de ser atrativo investir na [engenharia têxtil] desde 2008”, Isabel Furtado refere que “o ciclo inverteu-se, Portugal subiu consideravelmente e com todo o esforço das empresas no têxtil. A verdade é que, neste momento, eu preciso de menos engenheiros têxteis do que de engenheiros químicos”.

Isabel Furtado disse ainda que se sente “desconfortável a falar de produtividade, porque o nosso problema nessa área tem que ver com o produto. Aquilo que fazemos ainda se situa mais em baixo na cadeia de valor. Nós temos é de subir nessa cadeia, ir para produtos mais sofisticados, de maior valor acrescentado. Não tem nada que ver com chãos de fábrica e não é justo pôr as culpas dessa questão em quem trabalha nas empresas. A gestão é igualmente responsável pelo que se faz dentro de portas”.

 

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