4 maio 2017
Verticalização

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Tintex investe 1,5 milhões em fábrica de tricotagem de malhas

A Tintex investiu 1,5 milhões de euros na Hata, uma fábrica de tricotagem de malhas localizada em Viana do Castelo, com o objetivo de aumentar a sua capacidade de resposta, designadamente nas amostras e desenvolvimento de produtos.

“Atenuamos a dependência de terceiros”, explica Mário Jorge Silva, o engenheiro químico que após uma carreira por conta de outrém – estagiou na Barcelense, onde se demorou dois anos, e foi diretor técnico (89-98) na Têxtil José Correia    até que, no ano da Expo de Lisboa, arriscou ser empresário fundando a Tintex a partir de uma tinturaria desativada, na zona industrial de Vila Nova de Cerveira.

Equipada com máquinas de jogos finos (“são as que têm processos mais refinados”, diz), a Hata trabalha só para a Tintex, satisfazendo cerca de 50% das suas necessidades em malhas, mas não foi pensada para substituir os outros tricotadores.

“Continuamos e continuaremos a trabalhar com os habituais tricotadores de Barcelos e Braga. O que a Hata nos acrescenta em termos de resposta rápida é maior competitividade no desenvolvimento de coleções, essencial num mundo tão exigente como o da moda”, afirma Mário Jorge.

Começando por ser uma tinturaria, a Tintex tem evoluído no sentido da verticalização, um processo que foi acelerado há uma dúzia de anos quando se tornou claro que era a empresa mais capaz, em todo o mundo, para tratar a tencel (a fibra lyocel da Lenzing).

A par deste processo de verticalização, de que a criação da Hata faz parte, a Tintex tem-se especializado em acabamentos, dispondo de uma oferta muito atractiva e até única de funcionalidades técnicas muito avançadas – efeitos pele, borracha e alcântara; brilho, respirabilidade, impermeabilização, etc – para áreas tão diversas como a moda, desporto, vestuário médico, indústria automóvel, calçado, entre outras.

A Tintex fechou 2016 com um volume de negócios de 10,5 milhões (prevê chegar este ano aos 13,5 milhões), dos quais cerca de 40% correspondem a exportação direta, uma percentagem que está a diminuir por razões virtuosas.

“Grandes marcas estrangeiras compram aqui as malhas acabadas e mandam entregá-las a confecções portuguesas, ou pedem que lhes recomendemos uma confecção”, conta Mário Jorge, acrescentando: “A confecção portuguesa está na moda”.

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