23 Dezembro 20
Indústria

T

TexBoost potencia 100 milhões só em exportações

Bancos automóveis com sensorização biométrica, colchões com regulação térmica, ou vestuário técnico para atividades tão distintas como a a prática de surf em condições limite ou apanha do figo-da-índia. O TexBoost apresentou na sexta-feira os resultados finais de três anos e meio de investigação e desenvolvimento, num projecto sem precedentes, que juntou 28 empresas e 15 centros de investigação. Uma autêntica montra para o futuro, com mais de 70 novos produtos, tecnologias ou conceitos, numa ação que aponta ao potencial tecnológico do sector têxtil e a negócios de 100 milhões de euros só em exportação.

Inovação, sustentabilidade, digitalização e desmaterialização foram as grandes linhas-mestras dos muitos produtos apresentados no showcase final do TexBoost. Ao longo de mais de três horas, o diretor-geral do CITEVE, António Braz Costa, conduziu a apresentação final dos resultados, dando a palavra ao responsáveis técnicos de cada um dos subprojectos desenvolvidos. (vídeo da apresentação abaixo).

“O dia mais feliz é aquele em que se apresentam os resultados. E este foi o maior projeto de investigação alguma vez desenvolvido com a coordenação do CITVE”, confessou o diretor do centro de investigação têxtil. “O TexBoost desenvolveu uma nova geração de soluções têxteis, cujo grau de inovação é radical face aos produtos existentes”, acrescentou Bernardino Carneiro, da Riopele, principal promotora do consórcio de investigação.

Ao longo de três anos e meio – cerca de 400 mil horas de trabalho especializado, reunindo cerca de 237 técnicos – o TexBoost desenvolveu 30 novos materiais, 13 novos processos de produção, 4 novas ferramentas e tecnologias, 3 novas estruturas têxteis, 4 sistemas de junção e 17 produtos finais, para além de despoletar uma série de artigos científicos. Do projeto já foram efectuados 8 pedidos de patente, estando outros três a serem processados.

As inovações apresentadas abrangem toda a fileira têxtil, desde fios de alto rendimento, a novos modelos de vestuário técnico, para áreas como a saúde, o workwear ou o desporto de alto rendimento. Para além da ITV, o TexBoost leva ainda as inovações a outros sectores, como os moldes, a cortiça ou os couros, que participaram ativamente no consórcio. Ao todo estiveram envolvidos 43 entidades: 28 empresas e 15 centros de investigação e conhecimento.

Como resultado, o projecto já contabilizou 32 novas contratações em áreas de forte especialização e espera criar uma onda de impacto no volume de negócios das várias empresas envolvidas e em todo o sector. Com um investimento base de 9,2 milhões de euros (co-financiados em 70%), o TexBoost prevê induzir um crescimento de cerca de 25% nas vendas das empresas envolvidas, o que se poderá traduzir em cerca de 100 milhões de euros, apenas em exportações.

Com maior ou menor detalhe – estando alguns pedidos de patente ainda a serem formulados – as muitas inovações têxteis criadas foram apresentadas na sexta-feira, de forma individual, percorrendo as 17 áreas nucleares de investigação. Mas foi deixada a promessa de novos projectos, com a mesma envergadura, voltarem a atravessar o sector no futuro próximo. “Já está em curso um novo projecto mobilizador e certamente e certamente que as agendas estratégicas vão continuar a incluir projectos como este. O sector têxtil é dinâmico, tenho a certeza que as ideias vão continuar a surgir”, desafiou Eduardo Maldonado, presidente da ANI – Agência Nacional de Inovação.

Veja a apresentação completa do Texboost:

Partilhar