Cláudia Azevedo Lopes
Se há coisa que o ano de 2020 ensinou à Iora Lingerie é que é possível encontrar um lado bom em todas as situações más. No caso da empresa especializada na confecção de pijamas e peças de moda íntima para senhora, o silver lining foi o crescimento da tendência de homewear, que apoiou a natural queda das vendas com o confinamento.
“Com as pessoas todas fechadas em casa, houve um aumento da procura da roupa que se usa em casa, mais confortável, como pijamas e robes. Houve um maior investimento nesses produtos porque se passaram a usar mais e substituíram as peças que normalmente se usam para trabalhar e sair”, revela Cristina Flores, diretora geral da Iora Lingerie.
Foi essa inversão no consumo que fez com que a empresa conseguisse continuar a vender, apesar da quebra de 7% na faturação em comparação com 2019. “Pensávamos que ia ser pior, até porque com as lojas todas fechadas era impossível que as vendas se mantivessem iguais aos anos anteriores”, explica.
No entanto, os clientes fiéis que a marca detém no México, Kuwait e Estados Unidos, em conjunto com o crescimento da tendência do homewear, foram suficientes para não deixar a empresa desanimar num dos anos mais complicados de que há história para o sector têxtil nacional. “O El Corte Inglés, que é um dos nossos clientes, teve um dos melhores anos de sempre no que diz respeito a vendas da Iora”, exemplifica a diretora geral.
Agora, “com tudo ainda muito incerto”, confessa Cristina Flores, a adaptação à nova realidade está na ordem do dia para a empresa, que neste momento se encontra a utilizar todos os recursos ao seu dispor para apresentar a coleção de Outono Inverno 21/22 da marca.