10 abril 19
Tendências

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Temos de ouvir mais e falar menos

Temos dois ouvidos e apenas uma boca. Temos de ouvir mais e falar menos. E nos dias de hoje é um erro terrível decidir por instinto, quando o consumidor está a dar-nos cada vez mais informações sobre o que quer. Saber o que os consumidores querem para saber o que produzir para os satisfazer é o bom conselho dado na conferência ‘Winning over the new fashion consumer. Do you have what is takes?’ promovida pela Lectra e que está a decorrer no seu quartel general em Cestas, Bordéus (na foto)

Peter Jeavous (First Insight) e Craig Crawford (ThinkiT CreateiT) foram os dois oradores da manhã e não podiam estar mais de acordo com a mensagem fundamental: temos de ouvir o que os consumidores hiperconetados nos estão a dizer para fazermos os produtos que eles querem, adaptados à sua idade e grupo social.

Ouvir para aprender, para evitarmos ir parar ao cemitério, como as 52% das empresas que no ano 2000 integravam o Fortuna 500 e que no entretanto desaparecerem do mapa, ou seja abriram falência.

Eis alguns das coisas que, ouvindo, aprendemos hoje de manhã:

Telemóveis. Há mais telemóveis do que pessoas no mundo. A nossa vida está lá dentro. A conta bancária, o GPS, as redes sociais, os mails. Craig Crawford mostrou uma fotografia que vale por mil palavras acerca da importância do telemóvel para a indústria da moda: uma milleniall com um bebé ao colo e um cão pela trela, a comprar um vestido online no telemóvel enquanto espera na fila numa loja do Joe and The Juice, em Chelsea, Londres.

Redes sociais. 70% das compras (online e físicas) são influenciadas decisivamente pelos comentários que lemos sobre o produto nas redes sociais. 57% das decisões de compra são tomadas antes do contacto com um vendedor. Três em cada quatro pessoas partilham nas redes sociais se a experiência de compra foi boa ou má.

Rapidez. See now, buy now, me now. O pessoal tem cada vez menos paciência para estar à espera. Viu, gostou, quer comprar já.

Ásia. Temos de olhar para Oriente para ver o que se vai passar aqui amanhã. A China tem 400 milhões de millenials – os Estados Unidos apenas 80 milhões. No dia 11 de Novembro de 2018 (duplo 11, os chineses são supersticiosos), as vendas na China atingiram 38 biliões de dólares – mais do dobro que os 14 biliões vendidos nos States no conjunto de três dias fortes de vendas, o Thanksgiving, Black  Friday e Cyber Monday;

Pagamentos. Os pagamentos online vão multiplicar-se exponencialmente. Os novos consumidores detestam usar dinheiro vivo.

 

Lectra_Conferencia

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