03 agosto 18
Investimento

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Riopele acerta a hora pelo relógio da indústria 4.0

A Riopele encomendou uma nova râmula Monfort Montex de dez câmaras, que está a ser construída e deverá estar operacional no início de 2019, no quadro de um plano de investimentos orçado em 10 milhões de euros.

“Ao contrário do que sucedia dantes, não podemos ficar à espera da próxima ITMA para descobrir o que há de novo no que toca a equipamentos. É exactamente o mesmo que está a suceder com as marcas que não se podem dar ao luxo de mostrar coleções que só estão disponíveis passado meio ano. Os consumidores querem as coisas logo e essa expectativa e exigência mudou por completo o ritmo de trabalho a montante, de toda a cadeia de fornecimento”, explica José Alexandre Oliveira, CEO da Riopele.

A nova râmula está a ser construída por medida, ou seja, correspondendo a todas as especialidades requeridas pela empresa portuguesa, estando previsto que comece a ser instalada na Pousada de Saramago ainda este ano.

“O investimento em tecnologia que temos em curso é fundamental para continuarmos à frente no mercado – e é tão critico como o nosso investimento em pessoas. É muito importante sabermos passar para a próxima geração o know how que conseguimos ao longo de 91 anos de vida da empresa”, afirma o neto de José Dias de Oliveira, o empreendedor que em 1927 fundou a Riopele com dois teares de água.

A Riopele fechou 2017 com um volume de negócios de 74 milhões de euros e uma margem de EBITDA de 15%, um resultado bem superior aos 71 milhões de vendas e 8,5% de EBITDA que foram a média do quinquénio 2012-2016.

Estes bons resultados são, de acordo com José Alexandre, a consequência direta da bem sucedida estratégia de aproximação a clientes e fornecedores, que a Riopele passou a encarar como parceiros.

Armani, Burberry, Calvin Klein, Karl Lagerfeld, Massimo Dutti, Paul Smith, Versace, Max Mara e Victoria Beckham  são algumas das marcas de luxo que constam da carteira de clientes da Riopele, uma empresa vertical que emprega 1 069 pessoas.

“A proximidade que temos com os clientes era impensável há seis ou sete anos.  A confiança recíproca é determinante para o sucesso mútuo”, afirma o CEO da Riopele, que trabalha a três turnos, 24 horas por dia, produzindo mensalmente cerca de 700 mil metros de tecido a partir de fibras naturais, sintéticas ou recicladas, que comercializa com diversas marcas, entre as quais Çeramica Çeramica Clean, Tecnosik e Tenowa.

“Apostamos em estar sempre à frente no mercado e o os nossos key drivers são as novas possibilidades oferecidas pela digitalização e a industria 4.0, bem como a economia circular”, conclui José Alexandre Oliveira.   

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