24 julho 19
Reino Unido

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Brexit: retalhistas britânicos sob ameaça

Os números parecem ser contraditórios: em abril de 2019, as vendas de moda no Reino Unido cresceram 7,4% em relação ao mesmo período do ano anterior, mas no mesmo período – e tal como vinha sucedendo desde há vários meses – as grandes empresas de retalho estão a sentir grandes dificuldades em manterem os seus negócios.

As vendas de moda no Reino Unido aumentaram bem acima da média da União Europeia para o mesmo período (2,9%, segundo o Eurstat), mas, paralelamente, há muitas empresas a braços com problemas financeiros.

A Arcadia, dona da Topshop, é a mais recente a entrar em dificuldade: anunciou o encerramento de 67 das suas lojas, num quadro em que as insolvências de empresas do setor aumentaram 7% em relação ao ano anterior. A empresa vai fazer desaparecer 170 postos de trabalho.

Monsoon, Mothercare e New Look estão também entre as empresas britânicas que tiveram de recorrer a acordos de ‘salvação’. A Monsoon tem um plano de investimentos de 37 milhões de euros para tentar convencer os seus credores de que o negócio ainda é viável. Ao mesmo tempo, a Mothercare anunciou o recurso ao acordo insolvência (CVA), que incluiu o encerramento de 50 lojas. A New Look também recorreu a um CVA e ao encerramento de 60 lojas.

Os grandes retalhistas também não estão isentos de problemas: Marks & Spencer, Debenhams ou House of Fraser parecem ser os mais afetados. A Marks & Spencer tem em curso um processo de reestruturação, que passa pelo fim de várias dezenas de postos de trabalho. A Debenhams também recorreu a um CVA, tendo conseguido a renegociação de uma dívida de 117,5 milhões de euros, depois de encerrar 50 lojas. A House of Fraser reduziu o seu portefólio de marcas de onze para três insígnias.

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